quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cura de doença cardíaca

Havia chegado ali para reverter completamente meu pensamento a respeito da doença de minha mãe...”. Todos os dias, nós a levávamos do quarto para a sala e gentilmente a colocávamos em uma poltrona. Algumas vezes, a levávamos para tomar sol. Ela permanecia imóvel, até que minha esposa ou eu a levássemos de volta para o quarto, para ser alimentada ou para tomar banho.
Esse era o estado de minha mãe havia três anos. O diagnóstico era de uma cardiomegalia, um crescimento do coração, e o tratamento, conforme descrito pelo médico, era tomar a medicação durante toda a vida. A doença fazia com que todo o seu corpo inchasse, dos dedos dos pés ao rosto.
Embora orasse por ela durante todo o tempo, ela não era Cientista Cristã e respeitávamos sua decisão de ir com frequência ao médico e tomar os medicamentos. Depois de uma de suas visitas ao médico, ela me disse que não iria vê-lo novamente e, a partir daí, recusou-se a tomar a medicação. Ela e eu costumávamos orar juntos diariamente, antes de ela se deitar, mas nesse dia ela nem mesmo quis orar. Disse-me que seu corpo estava todo tomado pela doença, e que não havia nada mais a fazer. Como Cientista Cristão, surpreendi-me respondendo que ela refletia a Deus e, como Sua ideia, não podia saber nada sobre perder o interesse pela vida, uma vez que “nele vivemos, e nos movemos...” livremente (Atos 17:28).
Tinha uma decisão a tomar. Eu a amava muito e admirava seu papel em minha vida. Desde o falecimento de meu pai, quando eu tinha apenas um ano, ela havia criado sozinha meus irmãos e a mim. Naquela noite, antes de ir para a cama, sentia-me oprimido e quebrantado, mas reafirmei que o Pai-Mãe Deus, que tudo sabe, é responsável por todos nós. Ele sabe o que é bom para cada um de nós em qualquer situação. Sabia que tudo que fosse necessário seria revelado a mim. Naquela noite, acordei assustado duas vezes e, em ambas as vezes, orei para reconhecer o caráter perfeito de Deus, de minha mãe e de todos. A ideia de domínio me veio fortemente à mente.
No dia seguinte, acordei mais cedo do que de costume, fiz minhas orações matutinas, e fui direto para a casa da minha mãe. Minha filha mais velha, que havia passado a noite com ela, abriu a porta e perguntou por que eu acordara tão cedo. Fui direto para a cabeceira da cama de minha mãe e percebi que havia chegado ali para reverter completamente meu pensamento a respeito de sua doença, como também para ver que ela refletia a Deus sob todos os ângulos. Eliminei todo o pensamento de piedade e desespero, e reconheci Sua presença, amor e bondade enchendo todo o quarto. Veio-me ao pensamento “a exposição científica do ser”, que se encontra no Ciência e Saúde: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria...” (p. 468). Minha mãe não podia ser material porque a Mente infinita governa. À medida que orava, recusava-me a ver minha mãe como uma pessoa doente na cama. A única mãe que conheço é a filha perfeita de Deus, intacta e sem deformidade, radiante, sempre manifestando Suas qualidades de harmonia e saúde. Senti um amor muito profundo por ela naquele momento. De repente, fui surpreendido pelo chamado dela. Ela tentava sentar-se na cama.
Ajudei-a e lhe dei a mão. Pela primeira vez em um ano de confinamento na cama, caminhamos juntos até a sala. Repetimos o Pai Nosso, e então preparei seu chá e fui para o trabalho. Quando retornei à noite, ela estava fora e se apoiava em uma bengala. O inchaço no corpo havia desaparecido, e eu estava transbordante de amor e gratidão a Deus. Ela se restabeleceu completamente e tem estado ativa desde aquele dia.
Minha mãe recentemente me disse que acredita no poder da oração. É meu profundo desejo servir e amar a humanidade por meio da cura. Saber a verdade, apoiar-me nela e caminhar com ela. Então, a vitória é garantida.


Richard Guda Ndong’a, Ahero, Kenya

terça-feira, 15 de setembro de 2009

O voo 447 da Air France e um salmo de consolo

Rosalie E. Dunbar

Crédito: Tony Lobl

O desaparecimento do avião da Air France na rota Rio de Janeiro-Paris deixou os especialistas em aviação confundidos e as famílias desoladas. É difícil compreender como uma aeronave, relativamente nova e bem conservada, pode repentinamente desaparecer do céu. Mesmo que as questões técnicas sejam todas respondidas, apesar do desafio de encontrar destroços nas águas do oceano que podem chegar a quase 7000 metros de profundidade, ainda haverá a necessidade de curar os corações e recuperar a esperança no futuro.
Uma das passagens que tem me ajudado é do Salmo 139: “se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares, ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá” (versículos 9 e 10). Esse senso da onipresença de Deus, Seu terno amor orientando cada um de Seus filhos, proporciona a garantia de que nenhum deles está fora de Seu cuidado, mesmo em tempos de tragédia. Não podemos saber como cada um reagiu ao desastre, mas nossas orações podem nos dar a confiança de que exatamente ali, nos momentos de medo, a destra de Deus os sustentou e os guiou ao reconhecimento de Sua presença consistente e consoladora.
Essas “asas da alvorada” podem representar mais do que apenas uma bela metáfora. Em seu livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, a fundadora do Arauto, Mary Baker Eddy, deu à palavra “manhã” (alvorada) esta definição espiritual: “Luz; símbolo da Verdade; revelação e progresso” (p. 591). Essa ideia de um novo começo, ao invés de um fim trágico, pode começar a volver o pensamento rumo à natureza espiritual de cada filho e filha de Deus, levados pelas asas de uma luz que nunca cessa de brilhar.
Essas asas da alvorada podem também ajudar os que ficaram para trás, capacitando-os a perceber, mesmo que somente até certo grau, que seus entes queridos são os filhos espirituais de Deus e que, exatamente como a Vida divina continua, eles continuam também. Seu Cristo, a mensagem espiritual do amor de Deus a cada um, fala às famílias da maneira como elas possam compreender. Para alguns, talvez isso signifique uma sensação de consolo; para outros, talvez seja uma orientação inspirada de como cuidar da família. Talvez seja a força necessária para enfrentar novas demandas.
O Salmo 139 também inclui versículos que ajudam a sustentar o esforço de recuperação. “Se eu digo: as trevas, com efeito, me encobrirão, e a luz ao redor de mim se fará noite, até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma cousa” (versículos 11, 12).
As profundezas do oceano talvez sejam muito escuras e pareçam impenetráveis, mas a luz da Verdade, de “revelação e progresso”, pode guiar aqueles encarregados de resolver o mistério. Eles podem ser fortalecidos a persistir diante de condições desafiadoras, inspirados a adotar novos métodos para a busca, se necessário, e ser inteligentes em seus esforços por encontrar respostas. Cada um pode responder à intuição espiritual, que é natural aos filhos de Deus, a ser sábio e a estar alerta aos perigos, à medida que explorarem as profundezas.
Ao longo dos anos, os esforços na recuperação de partes de aeronaves que parecem perdidas quando um avião desaparece sob as águas, têm sido bem sucedidos. Nossa oração individual pode ajudar o pensamento inspirado a vencer o que parece ser impossível.
Quer ou não uma quantidade suficiente de peças da aeronave seja encontrada para que a razão do acidente possa ser revelada, cada pessoa merece usufruir a sensação de paz e equilíbrio. Jesus, que viveu em tempos violentos e sofreu tratamento violento, disse aos seus seguidores: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou... Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (João 14:27).
Cada pessoa afligida por essa tragédia, ou por alguma outra, pode volver-se à mensagem de Vida que Jesus expôs com tanta clareza e buscar sentir essa presença crística, vivê-la e amá-la. Sempre que a tristeza, a raiva ou a amargura aparecerem, podemos nos volver à verdade da nossa espiritualidade e inseparabilidade de Deus e deixar esse terno poder permear nossos pensamentos. Então, não somente teremos paz, mas conseguiremos trazer paz aos outros.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

CARTA DE JOEL S. GOLDSMITH A SEU FILHO SAMMY

Ofereço-te aqui, Sammy, uma lição importante, não só para um dia, mas suficiente para toda tua existência, se a praticares fielmente - ainda que não recebesses nenhuma outra de mim ou de qualquer instrutor espiritual. Se a gravares no íntimo, ainda que ficasses só num deserto ou num barquinho, no meio do oceano, sem qualquer pessoa ou livro por perto, poderias sobreviver, encontrando salvação e segurança, alimento e vestuário, paz e tudo o mais que te fosse necessário. Quero revelar-te o segredo de minha felicidade, alegria, êxito, prosperidade e capacidade de servir a crianças e adultos ao redor do mundo inteiro, como sabes. Desejo que conheças este segredo, para que possas agir como eu. Em primeiro lugar, quando defrontares algum problema, seja de saúde, estudos, desentendimentos com os colegas ou mestres, retira-te a um lugar tranqüilo, senta-te com os pés no chão e mãos descansando nas coxas, fecha os olhos e lembra-te de que Deus está mais perto do que tua respiração: mais próximo do que teus pés e mãos. Ele está exatamente onde estiveres. Aquieta-te por um momento e Deus resolverá teu problema. Pode parecer estranho que não tenhas, pelo menos mentalmente, de expor teu caso a Deus, de não pedir-Lhe nada e nem fazeres qualquer afirmação.No entanto, basta fechar os olhos, aquietar-te por um momento e saber que Deus está bem perto de ti: no centro de teu ser. Depois, sem ansiedade ou pressa, espera alguns minutos. O Espírito, Ele mesmo, se incumbirá de tudo. Se for um problema ou fórmula que não entendes, Ele te esclarecerá, como sucedeu uma vez aqui em casa, em que pediste ajuda em matemática: sentamo-nos e meditamos e quando voltaste ao livro, encontraste a resposta plena, como se a tivessem escrito ali para ti. Sempre que tiveres alguma dificuldade, pára o que estavas fazendo e conscientiza Deus exatamente ali onde estás, em teu íntimo. Espera alguns minutos e verás que Ele é a Inteligência de teu ser e sabe por que O estás rocurando. Não receies: de bom grado Ele sempre te responderá, se estiveres "ligado". Se Lhe perderes a sintonia, não poderás receber ajuda. Isto é compreensível. Digamos que estivesses aqui perto de mim, recebendo instrução espiritual. Se te distraísses, pensando em outra coisa ou saísses a passear, como poderia receber a lição que eu tinha a oferecer-te gostosamente? Como pai humano, bem gostaria de oferecer-te cada segredo espiritual que possuo, como dou dinheiro quando dele necessitas. Mas não lhos poderei dar, se não estiveres receptivo e atento.A mesma coisa se dá em nossa relação com Deus: temos que dar-Lhe plena atenção, amor, obediência e gratidão. Não é propriamente amar um Deus que não vês, senão amá-Lo nos colegas e professores com quem convives. Ainda que Deus esteja em teu íntimo, só Lhe podes receber a graça se tiveres amor, júbilo e respeito, em tua mente, em teu coração e em tua alma. Cada pessoa é responsável por si mesma. Não há um Deus sentado no céu a olhar e julgar os que estão aqui em baixo. A Consciência divina está em nosso íntimo e sabe tudo o que pensamos, sentimos, falamos e fazemos, atraindo imediatamente de fora tudo o que mandamos para lá. Portanto, o amor e respeito que exprimes aos outros, logo os recebes de volta. Mas, tudo isto ainda é pouco. Mesmo que sejas humanamente bom em todos os sentidos, estás simplesmente cumprindo os Dez Mandamentos. Agora te estou instruindo a cumprir o Sermão da Montanha, pois o Caminho espiritual é uma revelação mais alta: diz que não precisas de falar com Deus, senão apenas reservar pequenos períodos, durante o dia e à noite, para ouvi-Lo dentro de ti. Mesmo que não ouças literalmente uma voz, ao abrir os ouvidos a Deus e silenciar por um minuto ou dois, permitir-me-á s encher o vácuo que formaste internamente.Atenta bem para o que deves fazer, para formar este vazio expectante: logo ao acordar senta-te confortavelmente, pés no chão, braços apoiados relaxadamente nas coxas, olhos fechados, sintonizando o Cristo interno em silêncio, escutando o íntimo por alguns minutos. Em seguida, lembra-te de que o dia que se estende diante de ti será governado e protegido por Deus. Serás então mantido e inspirado por Ele, porque abriste, anelante e conscientemente, tua consciência à Presença e Direção de Deus. Mas se não fizeres cada manhã, fielmente, teu contato com Deus, o teu encontro com o mundo será como de um ser humano comum, sujeito a todas as surpresas e desencontros da vida, sem a assistência divina. Em tua idade atual, com o preparo que já recebeste aqui, estás apto a quatro pequenos exercícios diários: de manhã cedo, ao meio-dia, ao anoitecer e antes de dormir. Sentado, relaxado e quieto, podes dedicar dois minutos de cada vez a Deus. Inicialmente, para facilitar, podes mentalmente dizer: "Aqui estou, Pai. Fala que Teu filho escuta. Desejo fazer a Tua vontade". Em seguida, aquieta-te. Se fores fiel nesta prática, garanto que tua vida na universidade e de modo geral, será um sucesso e ainda mais do que isso: uma bênção. Estarás preparando os fundamentos para uma vida inteiramente governada por Deus. Procure estar em harmonia com teus colegas em tudo que seja bom. Se te convidarem a cerimônias religiosas, sugiro que os acompanhes. Entra em cada templo com a mente aberta, agradecendo à oportunidade de aquietar e ouvir a "pequenina e silenciosa voz".Não te esqueças de que a sintonia com Deus é mais importante que o ritual. A união com os colegas no que seja construtivo suscita o bem, embora o verdadeiro bem te venha porque reconheces a graça e a glória de Deus em tudo e em todos. A coisa mais importante que desejo sublinhar-te é que, em qualquer instante do dia ou da noite, Deus é instantaneamente acessível. Basta que O sintonizes e ouças. Enfatizo este ponto para que compreendas que não precisas falar, de fazer afirmações ou lembrar a Deus tuas necessidades. O segredo que recebi é que Deus, como Inteligência infinita, já conhece tuas necessidades, antes mesmo de Lhas pedires. Ele vê nosso íntimo quando Lho abrimos em atitude receptiva e confiante. Não é por nosso falar ou pensar, pois o Mestre ensinou: "não vos preocupeis por vossa vida, pelo que tendes de comer: nem por vosso corpo, pelo que tendes de vestir. Vosso Pai sabe que necessitais destas coisas. É do bom agrado d'Ele dar-vos todas elas". Compreendes, Sammy? É do agrado do Pai dar-te o Reino! Deus não te castiga quando te arrependes sinceramente do erro ou pecado que acaso cometas. No instante em que reconheces que não agiste bem, estás perdoado. Não carregarás a penalidade quando em teu coração vibra o reconhecimento do mal que fizeste e te arrependeres. Mas deves compreender que ao reconhecer as falhas, não deves repeti-las. Caso contrário, perderás a sintonia com a graça divina. Tu mesmo é que te cortas dela. Quando isto acontecer, procura reatar com a graça, reconhecendo verdadeiramente: "Sei que errei!" ou talvez: "Não sei se agi erradamente, mas se o fiz, ajuda-me a compreender e limpa isto de mim, Pai. Não tive má intenção. Não quero fazer o mal. Ao contrário, desejo fazer aos outros o que gostaria que me fizessem".Dessa maneira te purificas. Tenho-me curado de diversas enfermidades, pedindo simplesmente a Deus perdão por meus pecados. É claro que meus pecados não são graves. Conheces nosso modo de viver. Mas sempre que cedemos à crítica e condenação, não estamos amando e perdoando suficientemente. Assim, é recomendável que nos voltemos de vez em quando e digamos: "Reconheço, Pai, que não estou agindo perfeitamente. Perdoa meus pecados. Limpa as minhas transgressões, para eu começar tudo de novo". Grava bem, Sammy, a mais importante lição que me foi dada: "que o lugar em que estás é solo santo", ou seja, Deus está exatamente onde estás, disponível, no instante em que paras de pensar, de falar e de te identificar com as coisas externas, e te voltas ao íntimo, reconhecendo- Lhe o Poder e a graça. Conscientiza o Espírito de Deus em ti e, em seguida, relaxa-te por um ou dois minutos, deixando que Ele Se manifeste. Isto é tudo. Todo o nosso propósito é de levar as pessoas à realização da onipresença de Deus e sua constante disponibilidade; de nos dirigir a Ele sem pensamento nem palavras:basta a humildade de sentar-nos (ou mesmo em pé ou deitado), fechar os olhos e reconhecer: "Eu, de mim mesmo, nada posso. O Pai, em mim, é Quem faz as obras. Fala, Senhor, que teu filho escuta". Em seguida, aguardar um ou dois minutos em silêncio expectante, antes de levantar e prosseguir as tarefas. Se prenderes a praticar corretamente este exercício quatro vezes ao dia, como lhe estou sugerindo, não demorará muito para que o faças mais vezes ao dia, para teu inteiro benefício.
Assunto: CARTA DE JOEL S. GOLDSMITH A SEU FILHO SAMMY