domingo, 5 de dezembro de 2010

Cristo: presente no Natal e sempre


Durante uma visita à Alemanha na época do Natal, fiquei feliz por participar com meus anfitriões das atividades festivas em antecipação a essa data, as quais incluíam abrir as portas de um Calendário de Natal com janelinhas para cada um dos primeiros 25 dias de dezembro.
Esses calendários são muito festivos; cada pessoa recebe um pequeno presente quando uma nova janelinha é aberta, mas o propósito mais profundo é o de estabelecer uma atmosfera de alegre expectativa para o Dia de Natal e para a comemoração do nascimento de Jesus.
Durante séculos, os festejos do Advento têm se transformado em um tempo de expectativa pela Segunda Vinda de Jesus ou, em um outro sentido, uma consciência renovada do espírito-Cristo que inspirava a vida de Jesus.
A presença do Cristo já está conosco
Portanto, na época de Natal temos a comemoração da histórica vinda de Jesus e também da esperança e da promessa de que a presença do Cristo já está conosco, mediante o Consolador que Jesus prometeu aos seus seguidores.
Que sentido maravilhosamente ampliado essa percepção deu às minhas comemorações de Natal. Com o costume de abrir o calendário do Advento, expandimos nosso pensamento para um senso mais atemporal dessa data festiva.
No Dia de Natal celebramos, com grande honra e reverência, o nascimento de Jesus. Para mim, é também um dia que representa a comemoração da eterna vinda da mensagem do Cristo ao pensamento humano.
Mary Baker Eddy deu destaque a essa especial afeição pelo Natal, ao escrever: “Este dia significativo, coroado com a história da idéia da Verdade, — seu advento e natividade terrenos, — é particularmente caro ao coração dos Cientistas Cristãos; para eles, o aparecimento do Cristo, num sentido mais pleno, é muito precioso, e repleto de bênçãos divinas para a humanidade” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 320).
“Não vos deixarei órfãos”
Essas “bênçãos divinas para a humanidade” foram uma promessa que Jesus fez aos seus seguidores. Ele lhes disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco ... Não vos deixarei órfãos... o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (João 14: 16, 18, 26).
Essa declaração algumas vezes foi assim interpretada: que Jesus voltaria na carne, em uma época futura, para estabelecer um novo reino terreno. Para mim, porém, indica algo que é muito mais próximo e mais imediato, ou seja, que esse reino está aqui, agora, e é revelado à medida que cada um de nós descobre a verdade de que somos os filhos de Deus, realmente espirituais.
Essa consciência da nossa espiritualidade é a revelação contínua da mensagem do Cristo, que está sempre presente para ajudar a humanidade.
Um dos significados da palavra consolador é “advogado” ou “intercessor” em favor daqueles que estão em necessidade. O Cristo, vindo para defender a nossa causa, exatamente quando mais precisamos, revela o sentido do Consolador que atua de forma contínua.
Ela estava estabelecida nas bênçãos da presença do Cristo
A verdade sobre esse eterno aparecimento do Cristo na consciência humana pode ter maravilhosos resultados de cura, como provou uma amiga minha. Certo verão ela recebeu, de vários médicos, o diagnóstico de câncer de mama. Foi marcada uma cirurgia, mas antes que essa ocorresse, minha amiga foi curada, ao compreender que ela estava estabelecida nas plenas bênçãos de uma manhã de Natal, nas bênçãos da presença do Cristo.
As ideias contidas nesta passagem de um dos artigos de Mary Baker Eddy a inspirou a orar pela cura: “A estrela que ternamente cintilou sobre a manjedoura de nosso Senhor concede a essa hora sua luz resplandecente: a luz da Verdade, para reconfortar, guiar e abençoar o homem, em seu empenho por alcançar a recém-nascida ideia da perfeição divina, que desponta sobre a imperfeição humana, - luz essa que acalma os temores do homem, carrega seus fardos, chama-o para a Verdade e o Amor e para a doce imunidade que estes proporcionam contra o pecado, a doença e a morte” (Miscellaneous Writings 1883–1896, p. 320).
O radiante esplendor dessa ideia lembrou minha amiga de sua verdadeira espiritualidade. Isso a acalmou e confortou. Quando fez o exame pré-operatório, constatou que estava livre de qualquer sinal do problema, e continua livre dessa doença.
Mary Baker Eddy foi uma testemunha da ativa presença do Cristo
Quando Mary Baker Eddy descobriu a Ciência Cristã, tornou-se uma testemunha da ativa presença diária do Espírito Santo, o Cristo Consolador. Essa compreensão constantemente inspirava sua obra de cura e ensino.
Ela escreveu em Ciência e Saúde: “O advento de Jesus de Nazaré marcou o primeiro século da era cristã, mas o Cristo não tem começo de anos nem fim de dias. Através de todas as gerações, tanto antes como depois da era cristã, o Cristo, como ideia espiritual — o reflexo de Deus — tem vindo com certa medida de poder e de graça a todos quantos estejam preparados para receber Cristo, a Verdade” (p. 333).
Essa preparação espiritual para receber Cristo, a Verdade, no período que antecede ao Natal, traz novas revelações, ao mesmo tempo em que amplia e inspira nossa comemoração do Natal. Mas conforme minha amiga provou, a mensagem sanadora do Natal, a de que Cristo está sempre presente, está conosco todos os dias!
David é Praticista e Professor de Ciência Cristã em Stanfordville, Nova Iorque, EUA.

Os dons de Deus


Após meu divórcio, vi-me sozinha com dois filhos para criar, ainda pequenos, e sem ter como me sustentar financeiramente.
Eu não queria depender de ninguém, por isso orei muito a Deus para que me inspirasse a fazer algo que me desse condições para me adaptar a minha nova situação e conseguir suprimento de forma sábia. Eu lia diariamente a Lição Bíblica Semanal e me sentia fortalecida com o estudo.
Precisava honrar meus compromissos financeiros dentro do prazo, por isso orava continuamente para conseguir os meios para tal. Certo dia, durante o estudo da Lição Bíblica, esta passagem me chamou a atenção: “Ao entrar Pedro em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Simão, que te parece? De quem cobram os reis da terra impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos? Respondendo Pedro: Dos estranhos, Jesus lhe disse: Logo, estão isentos os filhos. Mas, para que não os escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, e o primeiro peixe que fisgar, tira-o; e, abrindo-lhe a boca, acharás um estáter. Toma-o e entrega-lhes por mim e por ti” (Mateus 17:25-27). Essa passagem me fez perceber que Deus nos dá as ideias que nos proveem de tudo o que necessitamos. Assim como Pedro encontrou os meios para pagar o imposto cobrado, eu também teria a inspiração que me levaria a encontrar o suprimento e me possibilitaria honrar meus compromissos.
Lembro-me de que senti uma vontade muito grande de mexer com cabelos. Percebi que aquele seria o caminho, pois manuseava com muita destreza a tesoura e me sentia segura e criativa no cuidado de cabelos.
Decidi, então, fazer cursos de cabeleireira para me aprimorar e, à medida que os cursos evoluíam, notava que estava no caminho certo, em uma atividade que me completava plenamente. Era inspirada a criar novos cortes; desempenhava o que aprendia com alegria e destreza.
Notei que aquele era um dom natural que aflorava em mim, o que me fez rememorar algo que minha mãe sempre dizia aos meus oito irmãos e a mim: “Deus deu dons a cada um de Seus filhos; precisamos apenas saber qual é nosso dom e colocá-lo em prática, a fim de melhor servir a Deus”. Lembrar disso me trouxe alegria, afinal minha mãe era uma pessoa de muita fé, e por ela fomos apresentados aos ensinamentos da Ciência Cristã.
Certa vez, durante a leitura da Lição Bíblica, este trecho bíblico confirmou os ensinamentos que recebi na infância: “Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tiago 1:17). Percebi que Deus expressa Seus dons no homem, por meio de talentos que proveem a atividade correta e constante, a qual traz o sustento que não sofre variação, diminuição ou interrupção.
Entender que cortar cabelos era meu dom foi a resposta divina para as minhas orações. Agora eu sabia como obter o meu suprimento diário. Fazia meu trabalho com muito amor, entusiasmo, dedicação e alegria, fator que atraiu muitas clientes. Por gostarem do meu trabalho, elas me indicavam para suas amigas.
Assim comecei a ganhar meu sustento e a educar meus filhos, de forma confortável e sem passar necessidades. Por confiar em Deus, sabia que não poderia passar por crises ou privações. Coloquei-me em Suas mãos, confiante no Seu cuidado e na nova profissão que Ele reservara a mim. Ao fazer cada corte de cabelo, eu agradecia a Deus pela inspiração divina e por servir a Ele por meio de meu novo ofício. Ao atender bem as pessoas e vê-las saírem satisfeitas e felizes com meu serviço, sentia-me abençoada, por saber que elas haviam sido abençoadas.
Mesmo com a agenda lotada devido a tantas clientes, eu sempre reservava tempo para ler a Lição Bíblicadiariamente e para conciliar meu trabalho com os cargos na igreja. Fui professora da Escola Dominical e depois Primeira Leitora, atividades que exerci com muita dedicação, amor e harmonia.
Hoje estou aposentada. Meus filhos estão criados, formaram-se e estão bem estabilizados. Eles são a minha alegria. Eu vivo com tranquilidade e realizada por ter vencido todas as dificuldades que se apresentaram na minha vida, por me volver a Deus e seguir com fé as Suas orientações. Os ensinamentos da Ciência Cristã sempre foram, e até hoje são, a base espiritual que me traz sabedoria e sustento.
Diva mora em Joinville, SC.

Cura de apendicite do filho


Em uma manhã de um sábado ensolarado, coloquei-me em reflexão sobre o significado da palavra “acreditar”. Consultei o dicionário e me deparei com a seguinte definição: “dar crédito a; crer; ter como verdadeiro”.
Ao contemplar a beleza dos raios de sol refletindo e iluminando as árvores que eu via através da janela, pensei: “Deus está sempre presente em Sua criação”. Acreditei naquele pensamento natural e espontâneo e senti paz e alegria.
Então, perguntei-me: Se Deus está sempre presente, por que, às vezes, relutamos em acreditar, ter como verdadeira, a Sua presença, principalmente quando as dificuldades e os desafios se apresentam em nossa vida?
Não deveria a conscientização do bem ser natural e espontânea, conforme ocorreu quando observei a beleza dos raios de sol sobre as árvores?
Essa reflexão me levou a pensar sobre os diversos “treinos” que realizamos ao longo da vida, os quais, instintivamente, levam-nos à compreensão e à conscientização. Treinamos com persistência e perseverança o andar, o correr, o falar e os demais movimentos, desenvolvendo assim a nossa consciência corporal e a compreensão sobre ela.
Da mesma maneira, podemos treinar nosso pensamento a aceitar somente que Deus é o bem supremo e absoluto, que Ele está sempre presente e nos proporciona apenas o bem. Acreditar nessa única realidade nos capacita a vivenciar esse Amor incondicional e sua onipotência. Ter como verdadeira apenas a onipresença de Deus traz saúde, alegria, companhia, abundância e supre nossas necessidades.
Certa vez, Paulo, meu filho mais novo, queixou-se de fortes dores abdominais, febre e grande desconforto. Diante do quadro alarmante e repentino, meu esposo e eu decidimos levá-lo a um hospital para que ele obtivesse alívio da dor. Após alguns exames, recebemos o diagnóstico de apendicite, com a recomendação médica de que Paulo deveria passar por uma cirurgia. Permanecemos no hospital durante toda a noite, pois ele seria operado no dia seguinte. Durante aquelas horas, conversamos sobre a sua verdadeira identidade espiritual, como imagem e semelhança de Deus. Conscientizamo-nos da presença de Deus em seu ser e acreditamos no poder do Amor infinito. Creio que refletir sobre essas ideias eliminou o medo do pensamento de meu filho, que adormeceu.
Continuei a afirmar a verdadeira realidade e a me concentrar nas seguintes palavras de Mary Baker Eddy: “Tumores, úlceras, tubérculos, inflamação, dor, juntas deformadas, são apenas sombras de sonho dos que sonham acordados, imagens sombrias do pensamento mortal, que fogem diante da luz da Verdade” (Ciência e Saúde, p. 418).
Durante a madrugada, fui chamada para assinar os documentos referentes à cirurgia, que deveria ocorrer em breve. Mesmo assim, continuei a acreditar que para Deus tudo é possível e que o quadro de doença poderia ser revertido pela compreensão de que a sombra chamada “apendicite” é apenas um sonho e desaparece diante da luz irresistível e sanadora de Deus, a Verdade. Permaneci confiante no fato de que a verdade sobre a perfeição espiritual de meu filho seria comprovada.
Mais uma vez, algumas palavras de Mary Baker Eddy soaram em minha consciência: “É possível — é até dever e privilégio de cada criança, homem e mulher — seguir em certo grau o exemplo do Mestre, pela demonstração da Verdade e da Vida, da saúde e da santidade. ... Ouvi estes mandados imperiosos: ‘Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste...’ ” (Ibidem, p.37). Dei-me conta de que como meu filho não está fora desse mandado bíblico impreterível, pode somente expressar a perfeição divina e imutável.
Ao amanhecer, um exame mais detalhado foi realizado e, após algumas horas, o médico nos disse que, após analisar cuidadosamente o exame, concluíra que a cirurgia não seria mais necessária e que a havia cancelado. Meu filho sentia-se bem e não apresentava nenhum dos sintomas da noite anterior, os quais não retornaram mais.
No mesmo instante, telefonei para minha filha que se preparava para as comemorações de sua formatura, que aconteceriam naquela noite. Com muita gratidão a Deus, disse a ela que poderíamos participar de sua festa e que seu irmão a acompanharia como padrinho, conforme havíamos planejado. Com naturalidade, ela afirmou: “Eu já sabia; na realidade divina a doença é sempre uma ilusão”!
A noite da formatura foi muito especial, repleta de alegria e gratidão. Para mim, essa experiência confirmou mais uma vez que reconhecer que os filhos de Deus têm direito inalienável ao bem traz saúde, paz e harmonia constantes.
Rose mora em São Paulo, SP.

Quando cheguei ao hospital, estava com muita dor e os médicos disseram que eu precisaria ser operado. Durante a noite, minha mãe orou, conversou bastante comigo e me assegurou que Deus estava cuidando de mim. Como aluno da Escola Dominical da Ciência Cristã, eu já conhecia esse modo de pensar. A situação era tensa, mas com aquelas palavras eu me acalmei, consegui dormir e acordei bem no dia seguinte. Fiquei muito feliz por não precisar ser operado. Aquelas dores não retornaram mais.
Paulo, 16 anos

domingo, 21 de novembro de 2010

O terno cuidado do amor que nunca falha


Recentemente, o governo americano propôs acrescentar aproximadamente 52 milhões de dólares aos Programas Especiais de Cuidado aos Idosos, os quais proveem apoio financeiro às famílias que cuidam de seus familiares idosos. O fato de a quantidade de americanos que cuidam de familiares idosos ter triplicado nos últimos dez anos, indica que essa é uma preocupação primordial na atualidade. É também gratificante saber que há um número crescente de pessoas engajadas nesse trabalho altruísta.
Essas informações talvez possam encorajar outras pessoas a ponderar com maior profundidade, a partir de uma perspectiva espiritual, a respeito do cuidado às pessoas em necessidade. Desse ponto de vista, poderíamos nos perguntar: “Não há em realidade apenas um cuidador constante e permanente, Deus, o Amor divino, sustentando e mantendo toda a criação”? O cuidado terno e amoroso do Pai-Mãe celestial é um amor que abrange a todos nós e nunca falha. Como a Bíblia o coloca: “De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí” (Jeremias 31:3).
Entender que Deus é o cuidador de cada um de nós, muda nossa perspectiva a respeito da fonte de todo o cuidado amoroso que expressamos, como também da energia que sustenta esse cuidado. O amor e a doação altruístas que demonstramos não se originam em nós; provêm de Deus. Como um prisma que refrata a luz e exibe um arco-íris de cores, da mesma forma todas as ternas ações que envolvem a prestação de cuidados aos outros apontam para o espectro do amor procedente do Amor. Nossas inumeráveis ações na prestação de cuidados aos nossos familiares realmente têm sua origem no Amor e, como tal, são habilitadas pelo Divino. Assim como um raio de luz não brilha por conta própria, mas é energizado pelo sol, assim nós, como cuidadores, não precisamos achar que desempenhamos esse papel apenas por meio da nossa própria iniciativa. O Amor que nos motiva é o mesmo Amor que nos energiza e nos sustenta.
Porque obedecemos à lei divina quando ajudamos um ente querido, essa ação só pode resultar em bem, tanto para o cuidador, como para o beneficiado
A Bíblia fala do “Deus de toda consolação” (2 Coríntios 1:3), o Deus “que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus” (2 Coríntios 1:4). Uma cuidadora de idosos me disse certa vez que essa compreensão pode trazer alívio à fadiga, uma vez que esse é um dos aspectos mais desafiadores dessa função, que exige estar constantemente disponível. Entretanto, ao se apoiar na presença sustentadora de Deus, que é Vida, ela encontra a força e o consolo de que necessita. A Vida divina é infinita, indivisível. Fortalecida pela energia divina do Espírito (outro nome para Deus), ninguém jamais precisa estar sujeito à exaustão.
É interessante observar o que Mary Baker Eddy escreveu sobre as pessoas que prestam cuidados aos outros: “É proverbial que Florence Nightingale e outros filantropos empenhados em obras humanitárias puderam suportar, sem sucumbir, fadigas e exposição às intempéries, as quais pessoas comuns não teriam podido suportar. A explicação está no sustento que recebiam da lei divina, que se eleva acima da lei humana. A exigência espiritual, que silencia a material, proporciona energia e resistência que superam todos os outros auxílios e obstam a penalidade que nossas crenças procuram aplicar às nossas melhores ações. ...O trabalho constante, as privações, as intempéries e todas as condições adversas, se não houver pecado, podem ser suportados sem sofrimento. Tudo o que é de teu dever, podes fazer sem te prejudicares” (Ciência e Saúde, p. 385).
Compreender o poder e a presença da lei divina exclui a possibilidade de sofrermos uma penalidade por praticar a benevolência. De fato, porque obedecemos à lei divina quando ajudamos um ente querido, essa ação só pode resultar em bem, tanto para o cuidador, como para o beneficiado. Podemos elevar os cuidados prestados a outrem para além da esfera do trabalho meramente físico e compreendê-los como um apoio à qualidade crística e à dignidade de cada homem, mulher e criança.
Deus é a única força propulsora e o Espírito age de forma a sincronizar e a harmonizar todos os aspectos da criação
Outro desafio que às vezes aparece ao cuidador é o estresse, quando ele tem de se desdobrar para cuidar de várias pessoas ao mesmo tempo, ou, no caso de parentes próximos, até mesmo ajudando-os a pagar suas contas com enfermagem em domicílio ou em uma casa de repouso. O estresse sugere a ação de duas forças opostas. Por exemplo, se empurrarmos as duas mãos fechadas em punhos uma contra a outra, haverá estresse e pressão. Mas ao retirarmos a força de uma das mãos, o estresse desaparece. À medida que compreendermos que existe apenas um único poder em nossa vida, veremos que tudo pode cooperar de forma harmoniosa. O Espírito, Deus, é a única força propulsora, que age de forma a sincronizar e a harmonizar todos os aspectos da criação em uma sinfonia harmônica. Ao reconhecermos esse Princípio coordenador como o poder inteligente em nossa vida, livramo-nos do estresse. Um hino de que gosto muito faz essa colocação:
“Dissipa nossas vãs tensões,

E mostra aos nossos corações
Quão bela é Tua paz”
(>i>Hinário da Ciência Cristã, 49).

Ao orar por aqueles que necessitam de cuidados, é útil acompanhar as manchetes do noticiário, tais como: quase meio milhão de relatórios oficiais chegam ao conhecimento das autoridades a cada ano sobre maus-tratos a idosos, incluindo negligência flagrante. Entretanto, podemos orar confiantemente e declarar que no Amor divino, a Mente única, não existe nenhuma fonte para gerar uma ação inescrupulosa. Não há nenhuma razão para que uma pessoa tente tirar vantagem de outra. Pensemos nesta bela promessa na Bíblia: “Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós” (1 Pedro 5:6-7).
Podemos reconhecer constantemente que o amor de Deus envolve a todos, sempre
Algumas vezes, ao cuidar dos nossos entes queridos, percebemos que eles optaram por confiar, em parte ou totalmente, no tratamento médico. Muito embora talvez possamos optar por confiar exclusivamente na cura pela oração em nossa própria vida, acho importante respeitar a decisão dos outros. Isso às vezes oferece mais uma prova da nossa consideração amorosa para com eles, enquanto ponderamos silenciosamente qual a melhor abordagem para ajudá-los ainda mais. Manter nosso próprio pensamento a respeito de outrem sobre uma base espiritual é uma maneira perceptível de abençoá-lo.
Mary Baker Eddy compartilhou esta ideia: “Amados Cientistas Cristãos, conservai vossa mente tão cheia de Verdade e Amor, que o pecado, a doença e a morte nela não possam entrar. ... Os bons pensamentos são uma armadura impenetrável; assim revestidos, estais completamente resguardados contra os ataques do erro de qualquer espécie. E não só vós estais protegidos, mas também todos aqueles sobre os quais repousam vossos pensamentos, são dessa forma beneficiados” (The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany [A Primeira Igreja de Cristo, Cientista, e Vários Escritos], p. 210).
Nossas tarefas como cuidadores nos impelem a trazer para esse trabalho o mais elevado estado mental possível. Embora não ofereçamos um tratamento metafísico específico àquele que esteja recebendo cuidados médicos, podemos reconhecer constantemente que o amor de Deus envolve a todos, sempre. Nossas mãos talvez estejam engajadas em ministrar as necessidades humanas daqueles sob nossos cuidados, mas nosso coração e nosso pensamento podem estar seguros do cuidado todo-abrangente do Amor divino por todos os Seus filhos. Podemos acalentar profundamente o verdadeiro ser de todos, feito à semelhança de Deus, como saudável, íntegro e forte.
Exatamente onde as pretensas forças da matéria tentam nos diminuir e abater, exatamente aí, a única força real é Deus, que é Vida
Embora a imagem de homens e mulheres apresentados como seres materiais, sujeitos a envelhecimento, incapacidade e degeneração, possa se apresentar a nós, podemos afirmar que essa não é, de nenhuma maneira, a verdadeira vida deles. Essa é uma concepção equivocada, mas que representa também a oportunidade para trocarmos o sentido material pelo sentido espiritual que revela o corpo verdadeiro como inteiramente espiritual. A Bíblia nos exorta a considerar esta verdade: “Acaso não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1 Coríntios 6:19). Certamente nosso verdadeiro ser é a corporificação da lei da harmonia de Deus, e o controle do nosso corpo verdadeiro nunca sai das mãos de Deus, Seu criador.
Como cuidadores, podemos manter no pensamento o conceito espiritual de nossos entes queridos como seres completos, radiantes, e expressando toda a gama das qualidades de Deus. Cada um deles é o reflexo de Deus, sempre em total plenitude. Exatamente onde as pretensas forças da matéria tentam nos diminuir e nos abater, exatamente aí, a única força real é Deus, que é Vida. Essa é uma força para o bem, uma adesão e coesão que mantêm todos os aspectos de homens e mulheres completos, sãos e harmoniosos, por toda a eternidade!
As ocasiões em que temos de cuidar dos outros nos convidam a sentir profundamente este mandamento bíblico: “...daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne...” (2 Coríntios 5:16). Podemos começar a repelir a imagem da humanidade como meramente carnal, e valorizar profundamente a natureza espiritual verdadeira de todos nós, refletindo o eterno frescor da Alma.
Podemos manter erguida a luz da Vida para os nossos entes queridos, mesmo quando pareçam estar em idade avançada

Cristo Jesus nos convida a nascer de novo, a ver a nós mesmos sem nenhum ponto inicial chamado nascimento, e sem um ponto final chamado morte. Ao conversar com Nicodemos sobre o novo nascimento, Jesus o comparou ao vento que sentimos sem saber de onde vem, nem para onde vai (ver João 3:1-15). Portanto, podemos pensar em nossos entes queridos em termos de infinidade. Nos escritos de Mary Baker Eddy há uma bela descrição do cuidado de Deus: “Esse é o grande Amor do Pai que Ele nos concedeu, e que conserva o homem na Vida sem fim e no ciclo único e eterno do ser harmonioso” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883–1896, p. 77).

Podemos manter erguida a luz da Vida para nossos entes queridos, mesmo quando pareçam estar em idade avançada. A visão do mundo sugere a morte como inevitável. No entanto, um olhar cuidadoso sobre os ensinamentos de Jesus nos mostra que Deus nos conclama a expressar a vida eterna. Como cuidadores, podemos nos unir à mensagem do Cristo, que confirma a união consciente de todos com a Vida. Portanto, não há nenhuma pessoa, em termos individuais ou coletivos, que dê seu consentimento em morrer, porque só existe uma única Mente, com sua expressão infinita.
Há alguns anos, fui solicitada a orar por uma senhora que, na época, estava com 104 anos, e sofria de algum desconforto. A filha que cuidava dela não era Cientista Cristã, mas respeitava o desejo da mãe de recorrer ao tratamento da Ciência Cristã, quando necessário. Logo que recebi esse chamado, fui até a casa dessa senhora para visitá-la. Ao me encaminhar até seu quarto, senti o ambiente repleto de solicitude e reverência. Percebi também que seus parentes estavam prestando o mais terno e amoroso cuidado. Eles comentaram sobre sua longevidade e eu discerni que eles esperavam que o desconforto dela fosse curado espiritualmente durante minha visita.
O Amor Divino oferece, eternamente, tudo que seja necessário para nosso bem-estar

Passei algum tempo com aquela senhora, orando e mantendo o pensamento na luz da Vida. Terminei a visita, convidando-a a orar comigo o Pai Nosso em voz alta. Sua oração foi feita com total convicção, e com uma fidelidade sincera ao seu significado. De fato, naquele momento sentimos a atividade sanadora do Cristo, trazendo renovação de vida. Quando saí, ela estava se sentindo bem, feliz e em paz. Visitei-a outras vezes ao longo dos anos que se seguiram, até que me mudei daquela cidade. A cada visita, ela continuava a expressar uma grande fidelidade a Deus, e a demonstrar equilíbrio espiritual e graça. Como era animador conseguir me regozijar nesta verdade: “O homem, na Ciência, é tão perfeito e imortal agora, como quando ‘as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus’ ” (Unidade do Bem, p. 42).

Assim como a maré cheia ergue todos os navios, da mesma maneira as perspectivas espirituais mais elevadas da humanidade elevam o pensamento, partindo de uma base na matéria para um plano sobre o qual podemos ver a todos, tanto cuidadores quanto os que recebem cuidados, como sustentados pelo Amor. O Amor divino oferece, por toda a eternidade, tudo o que é necessário para nosso bem-estar. O Amor nunca nos falha, nem nos abandona.
Ao deixar que nossa solicitude em prestar cuidados aos outros se misture ao Divino, satisfaremos à necessidade humana mediante a graça divina. Acalentar nossos entes queridos como constantemente mantidos nos ternos braços do Amor inexaurível, sustentados pelo poder da Vida eterna, constitui-se no cuidado terno e amoroso que nunca falha!
Janet Clements é Praticista e Professora de Ciência Cristã em Chicago, Illinois, EUA.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Perdoe e transforme o mundo


Na margem sul (conhecida como Southbank) do rio Tâmisa, em Londres, perto do “Royal Festival Hall” (um dos maiores espaços do mundo para eventos), existe uma estátua de Nelson Mandela, de dois metros e meio de altura, que se tornou um famoso ponto de referência na cidade. Mandela é muito admirado no mundo todo, não apenas por seus esforços em desmantelar o apartheid ou o segregacionismo racial na África do Sul, mas também por seu notável espírito de reconciliação, o qual ele ajudou a promover como o primeiro Presidente pós-apartheid de seu país. Em 1995, logo após o início do mandato de Mandela como Presidente, seu governo criou uma comissão cujo objetivo era trazer um bálsamo de reconciliação às cicatrizes que vários anos de apartheid haviam deixado ao povo da África do Sul. Denominada Truth and Reconciliation Commission [Comissão de Verdade e Reconciliação] (TRC), o objetivo do grupo era, em parte, restaurar a dignidade das vítimas afetadas por décadas de separação racial legalmente sancionada, não mediante a vingança, mas de uma forma moralmente responsável. A partir daí, a nação poderia seguir em frente com uma atitude de reconciliação.
Para chefiar essa Comissão, o Presidente Mandela nomeou o arcebispo anglicano Desmond Tutu. Em seu livroNo Future Without Forgiveness [Nenhum futuro sem o perdão], o arcebispo comentou sobre a tendência natural de seus conterrâneos para o perdão: Nelson Mandela “convidou seu carcereiro branco para participar de sua posse, como um convidado de honra, o primeiro de muitos dos seus gestos magnânimos e que demonstrou sua extraordinária disposição em perdoar. ... Esse homem [Mandela], que fora vilipendiado e caçado como um perigoso fugitivo e encarcerado por quase três décadas, transformou-se na personificação do perdão e da reconciliação, e muitos daqueles que o odiaram acabaram comendo de sua mão”.
A paz global começa com o perdão individual
Como Nelson Mandela demonstrou, o papel que o perdão representa na cura dos conflitos globais e políticos, jamais pode ser subestimado. O impulso global pela paz começa com a prática individual do perdão. A partir daí, ele se propaga pelas vizinhanças e comunidades, e então seu efeito se estende por todo o globo. Contudo, o ato de perdoar muitas vezes não é uma questão simples. Para algumas pessoas, o perdão é um processo contínuo, em vez de ser um incidente isolado. Muitos outros, no entanto, descobrem que hesitam em se abrir para o perdão, porque acreditam que, ao fazê-lo, seria como que desculpar a ofensa. Mas, de acordo com meu modo de pensar, perdoar não se trata de justificar um mau comportamento ou negar que ele tenha acontecido; ao contrário, trata-se de remover o poder que aquele ato possa ter de causar dor ou raiva. O perdão concede às pessoas a cura permanente das lembranças desagradáveis e expurga a amargura de sua vida.

Houve uma época em que tive de me empenhar seriamente para me livrar de uma dolorosa lembrança. Perdoar foi o modo como cheguei lá. Enquanto crescia, no Irã, não tínhamos banheiro em casa. Como a maioria das famílias, usávamos banheiros públicos. As mulheres tomavam banho em uma ala e os homens em outra. Minha mãe lavava e secava minhas irmãs e eu, uma por uma e, em seguida, conforme nos vestia, pedia-nos para sair dali e esperar até que todas ficassem prontas.
Em uma dessas ocasiões, quando minha mãe mandou que eu saísse para aguardar, fui molestada por um homem em uma sala de espera vazia. Eu não devia ter mais do que quatro anos de idade naquela época. Era pequena demais para compreender o que estava acontecendo e, depois disso, eu reprimi completamente o ocorrido.
Não foi senão quando tive minhas próprias filhas, que esse incidente voltou à tona e passou a me provocar recorrentes pesadelos. Ficava com tanto medo pelas minhas filhas que nunca as deixava sair da minha vista, com receio de que tivessem uma experiência semelhante.
Conscientizei-me do ressentimento que havia desenvolvido
Anos mais tarde, quando comecei a estudar o livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, conscientizei-me do ressentimento que havia desenvolvido com relação a todos os homens iranianos e, até mesmo, com relação à própria cultura. Isso chegou a tal extremo que eu havia até resistido a ensinar minhas filhas a falar farsi, meu idioma nativo.

Ciência e Saúde esclareceu o significado de passagens da Bíblia de uma forma que eu nunca havia entendido antes. Pela primeira vez, senti uma conexão pessoal com os ensinamentos de Cristo Jesus. Descobri que o perdão e a reconciliação são necessidades absolutas para o estudante desses ensinamentos, bem como tinha de assumir a responsabilidade de viver eu mesma esses preceitos.
A interpretação espiritual de Mary Baker Eddy para esta frase do Pai Nosso: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”, tocou-me de maneira especial. Ela escreveu: “E o Amor se reflete em amor” (p. 17). Além disso, eu estava aprendendo em Ciência e Saúde, que minha capacidade de expressar amor era simplesmente natural, porque Deus, sendo o próprio Amor divino, é meu Criador e, portanto, minha única fonte de ação. Também ficou claro que nada poderia jamais me separar do Amor. Para mim, essa foi uma incrível revelação a respeito da natureza e da eterna presença da realidade divina.
O perdão teria de ser um ato do coração
Pude ver que minha capacidade natural de expressar o Amor divino, inclusive minha capacidade de perdoar, era um dos maiores dons que Deus havia me outorgado. Entretanto, sabia que, para mim, o perdão teria de ser um ato do coração, um consentimento em abandonar a dor, o ressentimento e a raiva que carregava. Reconheci que, não importava o quanto eu já havia sofrido com o dano que me haviam feito, eu simplesmente não tinha o direito de pôr quem quer que fosse, nesse caso toda uma nação e seu povo, para fora do meu coração ou de julgá-los injustamente. Tratava-se de meu próprio país, meu próprio povo.

Compreendi que, no centro da palavra perdão em inglês, “forgiveness”, tem a palavra dar (give). Portanto, tinha de dar aos outros o perdão, tal como Deus o dá a mim. Não foi fácil. A cada dia, tinha de aprender a perdoar tudo novamente e a praticar um amor mais profundo. Entretanto, podia começar a partir do ponto de vista das qualidades não judiciosas ensinadas por Jesus, tais como: aceitação, perdão e amor incondicional, e tentar vivê-las.
Logo compreendi que, o fato de resistir ao perdão, havia me mantido uma vítima prisioneira. Portanto, eu tinha uma escolha: reviver aquela ofensa repetidamente ou perdoar e me libertar daquele sentimento, não apenas para o benefício de outras pessoas, mas principalmente para o meu próprio. Foi uma escolha espiritual que eu sabia que era capaz de fazer, e que poderia me libertar das mágoas do passado.
As bênçãos dessa cura foram completas
Certo dia, percebi que não precisava mais me empenhar em perdoar. O ressentimento e as dolorosas lembranças desapareceram e eu estava livre!

Isso significava que eu podia finalmente liberar minhas filhas da sentença de prisão à qual o medo havia me enredado. Eu não tinha mais de controlar a vida delas. Comecei permitindo que dormissem em casa de amigos quando havia festas. Logo, eu mesma comecei a ensinar minhas filhas a falar o farsi (idioma iraniano) e a compartilhar as belezas de meu país e seu povo. As bênçãos dessa cura foram completas. Comecei a estudar poesia e literatura persa com dois homens iranianos. Até nos tornamos bons amigos. Também tive o prazer de ajudar muitos amigos e amigas iranianos a estudarem a Ciência Cristã.
Muitos dos escritos sagrados e das tradições espirituais do mundo enfatizam a importância do perdão. Quando foi perguntado a Jesus quantas vezes temos de perdoar, ele respondeu: “setenta vezes sete” (ver Mateus 18:22). Há uma linda passagem semelhante a essa no Corão: “Peça perdão a Alá; certamente Alá está pronto para perdoar, com misericórdia”.
No prefácio de seu livro Exploring Forgiveness (Explorando o Perdão), Desmond Tutu escreveu: “O perdão não é apenas uma ideia vaga, nebulosa, que alguém pode facilmente descartar. O perdão tem a ver com a união das pessoas por meio de políticas práticas. Sem perdão não há futuro”.
O perdão é uma dádiva para nós mesmos e para os outros e ilumina nossa jornada. Suas bênçãos não param em nós. Elas começam conosco e se propagam por todas as comunidades, todas as nações e pelo mundo todo!
Marta é Praticista, Conferencista e Professora de Ciência Cristã, e mora com a família em Londres, Inglaterra.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Como pode ser curada a falta de empregos para os jovens?

Há alguns anos, fiquei surpreso com o desânimo de meu filho Sascha, quando ele me procurou muito triste, dizendo, em forma de desabafo, o quão terrível e injusto era o mundo. Ele explicou que no semestre anterior havia enviado muitos currículos para várias empresas, mas que algumas delas responderam negativamente e outras não deram nenhuma resposta. Contou-me também que não tinha nenhum conhecido que trabalhasse nas empresas de sua preferência e que pudesse ajudá-lo.
 
Em um primeiro momento, passou-me pela mente o desejo de dizer a ele: “Se você tivesse estudado mais e se esforçado mais, você não estaria vivenciando esse problema”. No entanto, primeiramente o consolei, mas, ao mesmo tempo, minha mente estava repleta de preocupações sobre suas perspectivas futuras. Como em um desses clipes de notícias de poucos segundos de duração, pensamentos negativos sobre desemprego, drogas e crises financeiras me vieram à consciência da forma como são frequentemente apresentados na mídia; um cenário assustador de desemprego juvenil confirmado por estatísticas.

Esses pensamentos negativos estão relacionados à carência e ao medo. É como a serpente ou o Satanás do Apocalipse na Bíblia, tentando a mim e ao meu filho para que concordássemos com esse estado lamentável de perspectivas para o futuro. É o exato oposto da verdadeira conscientização a respeito de Deus, que é a Vida, a Verdade e o Amor. Percebi que devia mudar meu pensamento limitado, por meio de um renascimento espiritual.

Na busca de inspiração para esse propósito, ocorreu-me que na Mente divina a oferta e a procura estão sempre em equilíbrio e que meu filho, que reflete todas as qualidades de Deus, não poderia ser excluído da Mente divina, porque Deus, o bem, está sempre presente aqui, agora mesmo. Na Bíblia, no livro de Josué, lemos: “Não to mandei eu? Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor, teu Deus, é contigo por onde quer que andares” (Josué 1:9). Mary Baker Eddy oferece um bom conselho para essa situação em Ciência e Saúde: “...apega-te firmemente a Deus… Não permitas que coisa alguma, a não ser Sua semelhança, permaneça no teu pensamento” (p. 495). Lembrei-me também de algumas ideias de um artigo que lera, e que diziam, em essência, que o lugar que procuramos nos procura também e que o Princípio divino sempre reúne a oferta com a procura, abençoando a todos os envolvidos.
 
Com esses pensamentos inspirados, encorajadores e cheios de expectativa, minha consciência, que estava ansiosa, limitada e crítica, transformou-se. Compreendi que, quando procuramos um emprego, podemos orar para saber que nosso lugar, determinado por Deus, está também ativamente nos procurando, porque ele necessita de nós. Não que sejamos incapazes de encontrar nosso próprio nicho, mas, ao contrário, esse nicho precisa de nós, a fim de ser preenchido e suprido com as qualidades e a expressão de Deus que cada um de nós manifesta. O plano divino do Amor inclui o lugar correto para cada uma de suas ideias. Na verdade, cada uma expressa suas capacidades individuais, dadas por Deus, para serem utilizadas no plano infinito do Amor. Podemos pensar nesse plano como se fosse um enorme mosaico, no qual cada peça tem uma missão e preenche seu espaço na posição correta no plano, no qual não há distinção entre peça pequena ou grande. A peça menor é tão importante para o mosaico quanto a maior.
 
Ficou muito claro para mim, que Deus provê trabalho e emprego suficientes para todos os Seus filhos. A Mente provê um bom lugar para cada ideia e essa realidade espiritual nos orienta a dar os passos corretos.
 
Também ficou claro para mim que a abundância de Deus não permite nenhum tipo de carência. Lembrei-me do meu salmo favorito, o Salmo 23, conforme Mary Baker Eddy o interpretou em Ciência e Saúde: [O AMOR DIVINO] é o meu pastor: nada me faltará” (p. 578), como também de suas palavras: “O Amor divino sempre satisfez e sempre satisfará a toda necessidade humana” (Ibidem, p. 494).

A fim de descobrir e cumprir nossa verdadeira missão no plano do Amor, nossa própria atitude espiritual é muito importante. Todas as ideias do Princípio trabalham juntas como um harmonioso todo, em que não existe nenhuma parcialidade ou favoritismo, e tudo coopera para o bem comum.
Esses pensamentos me ocuparam durante umas duas semanas. Depois de ponderá-los, em oração, consegui explicar a meu filho, de uma forma que ele pudesse compreender, algo sobre as leis divinas a respeito da oferta e da procura. Meu filho ficou um tanto surpreso e com os olhos arregalados, cheios de perguntas. Entretanto, ele esperou com um pouco de ceticismo, para ver o que iria acontecer em seguida. Muita coisa de fato aconteceu!

Após um curto período de tempo, ele pôde escolher o emprego que mais se adequava a ele, entre três ofertas muito boas. Uma vez que o emprego era em Berlim, ele teve de se mudar de Munique. Entretanto, ficou claro para mim que nem lugar nem tempo desempenham qualquer papel para Deus, e eu sabia, bem no fundo do coração, que meu filho sempre estaria na presença dEle. A lei perfeita de abundância se cumpriu. Além disso, ele ficou muito feliz por conseguir coordenar seu hobby de música moderna com suas atividades no emprego.
 
Volker Mennel é Praticista e Professor de Ciência Cristã em Munique, Alemanha.





quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Dominio sobre el mal oculto

J. Thomas Black

Tom Black es miembro de la Junta Directiva de la Ciencia Cristiana.


El otro día una amiga me comentó que a veces siente que critica demasiado a otro miembro de la iglesia a quien ella admira. Me comentó que esos pensamientos le molestan, y que no logra sacárselos de encima. La hacen condenarse a sí misma, sentirse muy mal y, con frecuencia, confundida, y quería saber qué podía hacer al respecto.

Para la mayoría de nosotros, la experiencia de esta amiga probablemente no sea tan inusual. Tener pensamientos que no queremos parece ser algo propio de la condición humana, como el hambre o la fatiga. Afortunadamente, Dios y Su Cristo constituyen un antídoto eficaz.

El gran Apóstol Pablo reconoció que este fenómeno es una forma de intrusión mental. Se refirió al mismo como “el pecado que mora en mí”, y comprendió que era ajeno a la inclinación natural que él tenía hacia la pureza y el bien ilimitado. Declaró abiertamente: “No hago el bien que quiero, sino el mal que no quiero, eso hago”. 1

Pablo continuó haciendo un análisis importante y más profundo de esos pensamientos indeseables. Se negó a condenarse a sí mismo a causa de ellos. Percibió que eran sugestiones impuestas, no sus verdaderos pensamientos. Una definición de la palabra “sugestión” confirma esta opinión: “Proceso mental por el cual una idea es inducida a entrar, o a ser adoptada por una persona, sin argumento, mandato o coerción”.

Este gran pensador reconoció que sus pensamientos naturales derivaban de Dios: “Según el hombre interior, me deleito en la ley de Dios”. Luego razonó: “Si hago lo que no quiero, ya no lo hago yo, sino el pecado que mora en mí”. 2 Y Pablo fue tan alerta y exhaustivo en su disección de sugestiones malévolas, que pudo identificar que esos pensamientos derivaban de un sistema de pensamiento sutil y oculto, o una influencia mental sistemática y organizada. La meta de la misma era minar sus pensamientos santos y naturales introduciendo en su pensamiento una serie de creencias y valores contrarios a su inclinación hacia el bien. Él lo llamó la “mente carnal”, 3 o una mentalidad basada en la creencia en la materia. El método de la misma era la sugestión sutil y silenciosa, disfrazada como si fuera el pensamiento de Pablo. En la siguiente cita de Pablo, la palabra ley puede referirse a una influencia mental organizada, y la palabra miembros probablemente se refiera al conjunto total de sus pensamientos: “Veo otra ley en mis miembros, que se rebela contra la ley de mi mente, y que me lleva cautivo a la ley del pecado que está en mis miembros”. Y dice: “Así que, queriendo yo hacer el bien, hallo esta ley: que el mal está en mí”. 4

Es más, Pablo comprendió la razón de este ataque a su moralidad innata, y es porque su bondad natural amenazaba la existencia misma del mal, así como la luz del sol destruye la oscuridad, y esas sugestiones extrañas eran el intento del mal por preservar su existencia. Era como si la simple presencia del amor y la santidad atrajera la oposición a esa bondad. Ciencia y Salud con Clave de las Escrituras, por Mary Baker Eddy, explica que la voz inaudible del Cristo, la Verdad “despierta a los ‘siete truenos’ del mal e incita a sus fuerzas latentes a que den voz a la gama completa de tonos secretos”. 5

Afortunadamente, Pablo no se detuvo al descubrir esta influencia mental oculta y secreta. Era un pensador tan poderoso, un intelecto tan honesto, confiaba de tal manera en la solícita protección de Dios, que insistió en el tema hasta que puso al descubierto la dimensión completa del ataque y el antídoto total contra su veneno mental.

El fundamento total de los ataques se encuentra en lo que él denomina la “mente carnal”. El antídoto perfecto es Dios y Su Cristo; es el poder y la presencia constante del Amor divino.

“Gracias doy a Dios, por Jesucristo Señor nuestro”. 6 Luego él agrega: “La ley del Espíritu de vida en Cristo Jesús me ha librado de la ley de pecado y de la muerte”. 7

La experiencia de Pablo no fue única en su género. De hecho, es característica de todo aquel que, a lo largo de las épocas, ha atesorado los valores y conceptos espirituales. La experiencia demuestra que cuanto más se inclina uno hacia la santidad, más agudo es el ataque del mal sobre la santidad. Ciencia y Salud observa: “…cuanto más levante su voz la Verdad, tanto más alto gritará el error, hasta que su sonido inarticulado se pierda para siempre en el olvido”. 8

Cristo Jesús, el maestro pensador y hacedor de todos los tiempos, se dio cuenta de que tenía que luchar con el mismo intento diabólico de materializar su pensamiento e incluso destruirlo a él y a todos aquellos que estaban con él. Por ejemplo, en una ocasión, una tormenta en el mar amenazó con hacer zozobrar su barca y ahogarlos a todos. Siento que Jesús no consideró que eso fuera un simple capricho de la naturaleza, sino un ataque impersonal y lleno de odio contra su misión. Con la autoridad de Dios, mandó: “Calla, enmudece”. 9

Jesús sabía que sus seguidores en todas las épocas tendrían que aprender a enfrentarse con esta oposición envidiosa e inmoral, de modo que se interesó solícitamente por ellos y por nosotros. La Sra. Eddy describe este interés: “El método de Jesús era instruir a sus propios discípulos; y él los vigiló y los cuidó hasta el final,…” 10 Él también recomendó: “He aquí, yo os envío como a ovejas en medio de lobos; sed, pues, prudentes como serpientes, y sencillos como palomas”. Y agregó: “Y guardaos de los hombres,… seréis aborrecidos de todos por causa de mi nombre; mas el que persevere hasta el fin, éste será salvo”. 11 Muchas veces y de muchas maneras, Jesús instruyó a sus seguidores a ser “vigilantes”. Esto quiere decir mantenerse mentalmente despierto y alerta, especialmente con el propósito de estar en guardia. Es significativo que la Sra. Eddy comience el tan querido Sexto Artículo de Fe de su Iglesia con las palabras: “Y solemnemente prometemos velar…”12

Como Pablo, nuestro Maestro también conocía y enseñó el antídoto completo y sencillo para este ponzoñoso elemento del pensamiento mortal. Dijo simplemente: “El que persevere hasta el fin, éste será salvo”. 13 Perseverar significa continuar firmemente en la verdad acerca de Dios y el hombre como Creador perfecto y creación perfecta. En verdad, somos como niños pequeños bajo el tierno cuidado de padres vigilantes. Ninguno de nosotros es vulnerable. El tierno cuidado que Jesús impartía a sus discípulos derivaba del único Dios omnipotente. Se podría resumir en las palabras del Salmista: “A sus ángeles mandará acerca de ti, que te guarden en todos tus caminos”. 14 El hecho es que la totalidad del Amor divino pone al descubierto todo indicio de la sugestión malévola y anula sus más ocultas e intrincadas intenciones. Todo seguidor está totalmente seguro en el Amor divino.

No es de sorprender que Mary Baker Eddy haya tenido que enfrentar este ataque mental, oculto y sutil. Como otros grandes pensadores, la pureza espiritual de su pensamiento sacudió especialmente los oscuros elementos del mal cuya existencia amenazaba. Ella escribe: “Los hechos más evidentes se atraen el mayor número de falsedades en su contra, porque sacan al error de su escondite”. Y con toda franqueza afirma: “Las formas blandas del magnetismo animal están desapareciendo y sus aspectos agresivos están apareciendo”. 15

Hace poco, un amigo me dijo que al releer esta frase se vio obligado a preguntarse: “¿Creo realmente en su palabra?” Tuvo que admitir que hasta ese momento él no había tomado en serio estas palabras o sus consecuencias. Más bien, las encubría considerándolas simples comentarios al azar.

Poco después de descubrir la Ciencia Cristiana, la Sra. Eddy guardaba lo que ella llama “grandes esperanzas de que la Ciencia Cristiana fuera aceptada inmediata y universalmente”. Pero percibió que esto no sería así cuando “comprendió la inmensidad de la Ciencia Cristiana y lo firmes que son las ilusiones mortales y el odio humano a la Verdad…”16 Y en lo que podría ser una amplificación de ese sentimiento, Ciencia y Salud también afirma: “Los telares del crimen, escondidos en los recintos oscuros del pensamiento mortal, están tejiendo a toda hora redes más complicadas y sutiles”. 17 Para la mayoría de los Científicos Cristianos éste no es un comentario superficial, sino un importante e incisivo análisis.

Es obvio que vivimos en una época que demanda estar especialmente despiertos y alertas para percibir la verdadera y majestuosa dimensión y destino de la Ciencia Cristiana, así como la maligna oposición a la misma, y el dominio sublime que tiene el Cristo sobre todo mal. Es interesante notar que el odio humano contra la Verdad está relacionado con la vastedad de la Ciencia Cristiana. Tal vez, podríamos concluir que si la Ciencia Cristiana no fuera tan vasta, es decir, si su importancia, alcance y promesa no fueran tan valiosas para la humanidad, no sería tan sistemática y ampliamente tergiversada y opuesta por la teología intolerante y la medicina materialista, las que serían bendecidas por la Ciencia si fueran menos rígidas.

Dado los constantes consejos de los mensajeros de Dios sobre el tema de la manipulación mental, es curioso que algunos pensadores de hoy minimicen la importancia de enfrentar o, por lo menos, reconocer la aparente presencia y acción de los elementos mentales maliciosos. La Sra. Eddy observó: “Ciertos individuos abrigan la noción de que la curación por la Mente en la Ciencia Cristiana debería tener dos aspectos, y sólo denunciar el error en general, sin decir nada en particular del error que está maldiciendo a la raza humana. Porfían en tener una paz falsa y conveniente, colando mosquitos y tragando camellos”. 18

Como resultado de esta tendencia anormal a ignorar el error, la mayoría del pensamiento contemporáneo no le da importancia al magnetismo animal considerando que es un engaño de excesiva imaginación. Sin embargo, cuando uno tiene en cuenta la experiencia y cede con humildad a la profunda sabiduría que respalda las citas anteriormente mencionadas, comprende que ese rechazo se beneficiaría si se lo analizara más detenidamente. Algunos podrían incluso caracterizarlo como ingenuo, espiritualmente inmaduro y una evidencia de que no se está alerta. El efecto del magnetismo animal es hacer vulnerables a personas, familias, iglesias y comunidades a las sugestiones ocultas que los perjudican, confunden y degradan. La Sra. Eddy advierte: “La prudencia de la serpiente consiste en ocultarse”. 19

Hay razones para que la asistencia a la Escuela Dominical y a la Iglesia hayan disminuido y que muchas Salas de Lectura de la Ciencia Cristiana sean ignoradas por las personas que pasan por su puerta. Estos y otros efectos no son un misterio. ¿Podría ser que influencias malignas estén operando en silencio y sutilmente en las mentalidades inocentes para inducir creencias y comportamientos que apartan de la Ciencia Cristiana a los corazones humildes que anhelan encontrar la Verdad? Si éste es el caso, y si esas influencias no son reconocidas ni revertidas, parecerán hacer lo que deseen con sus inocentes víctimas y con la Iglesia —esa noble organización que tanta promesa tiene para la raza humana. Parecerán bloquear, acosar y deteriorar los fundamentos mismos que éstas tienen en el Amor divino. Condenarnos a nosotros mismos o a otros por las creencias falsas es, en muchos casos, ocultar el verdadero culpable, que es el odio organizado contra la verdad. Ciencia y Salud alerta al mundo: “Un conocimiento del error y sus procedimientos debe preceder a la comprensión de la Verdad que destruye al error, hasta que todo el error mortal y material finalmente desaparezca y se comprenda y reconozca el hecho eterno de que el hombre creado por el Espíritu y del Espíritu es la verdadera semejanza de su Hacedor”. 20

A veces, los Científicos Cristianos tienen la tendencia de morar de tal manera en la tierna totalidad de Dios, que parecen no estar conscientes de la aparente presencia e influencia del mal. La Sra. Eddy observa: “Este método errado de encubrir el pecado a fin de mantener la armonía, ha dado rienda suelta al mal, permitiéndole primero arder en rescoldos y luego estallar en llamas devoradoras”. 21

No queda duda alguna de que la Ciencia Cristiana revela que Dios es todo el bien y Él crea al hombre a Su imagen y semejanza. En realidad, el mal es absolutamente irreal, está ausente y es imposible. Los pensadores espirituales de claro entendimiento se apoyan con toda confianza en esta verdad. No obstante, se sabe con certeza que la Sra. Eddy aconsejaba con insistencia: Ver lo que el mal está tratando de hacer, saber que no puede hacerlo y asegurarse de que no se haga. 22 Como se señaló anteriormente, tanto ella como Jesús recomendaron a sus seguidores “Vigilar”. Ella dijo: “Científicos Cristianos, sed una ley para con vosotros mismos que la malapráctica mental no puede dañaros, ni dormidos ni despiertos”. 23

¿Será posible que el mundo necesite comprender más claramente lo que quiso decir la Sra. Eddy con el uso de las palabras algo y nada? El sagrado despertar espiritual que satisface totalmente a quien busca la verdad, de igual manera confunde y enfurece al intelecto humano, encerrado en la mentira de vida en la materia. Ciencia y Salud afirma: “Este concepto, inculcado por la Ciencia, de que lo humano y lo material son nada, encoleriza a la mente carnal y es la causa principal del antagonismo de la mente carnal”. 24 Quizás, una de las necesidades más grandes que tiene el cristianismo es obtener un punto de vista más informado y equilibrado de la totalidad de Dios, así como de la acción aparentemente oculta de la oscura y despiadada oposición contra esta verdad sagrada. Los observadores alertas comprenden que esa dulzura espiritual es ingenua y vulnerable hasta que es fortalecida por el vigor espiritual que admite científicamente la aparente presencia de los elementos ocultos y secretos del mal, y luego los destruye sistemáticamente mediante el entendimiento de que el mal es nada ante la totalidad de Dios.

Sin duda, el mundo está listo para percibir la “profundidad, la dimensión y la demostración” del “segundo siglo de la Ciencia Cristiana”. Lo está exigiendo. El Consolador prometido no habría llegado si su momento no hubiera llegado, o si pudiera ser derrotado por la oposición organizada. El Cristo, la Verdad, está aquí para quedarse. El hecho de que Dios es Todo-en-todo significa que el mal es nada. El amor de Dios por el hombre y el alcance que esto tiene es la única verdad en el universo. La gente instintivamente lo va percibiendo a medida que el Amor divino elimina la carga de las sugestiones malévolas. En verdad, ante los elementos maliciosos del mal, la vulnerabilidad y el temor no existen, así como tampoco la renuencia a enfrentarlos. Nuestro amado y bondadoso Salvador, Cristo Jesús, probablemente no podría habernos dejado con mayor certeza nuestra seguridad y victoria cuando prometió, refiriéndose al sagrado Cristo sanador a quién representaba plenamente: “He aquí yo estoy con vosotros todos los días”. 25

“El que habita al abrigo del Altísimo morará bajo la sombra del Omnipotente”. 26 El mal no tiene poder ni presencia ante Dios. “El que mora en los cielos se reirá”. 27



1 Romanos 7:17, 19. 2 Rom. 7:22, 20. 3 Rom. 8: 7 (versión King James). 4 Rom. 7:23, 21. 5 Ciencia y Salud, pág. 559. 6 Rom. 7:25. 7 Rom. 8:2. 8 Ciencia y Salud, pág. 97. 9 Marcos 4:39. 10 Retrospección e Introspección, pág. 89. 11 Mateo 10:16, 17, 22. 12 Ciencia y Salud, pág. 497. 13 Mateo 10:22. 14 Salmo 91:11. 15 Ciencia y Salud, págs. 97, 102. 16 Ibíd., pág. 330. 17 ibíd., pág. 102. 18 La Primera Iglesia de Cristo, Científico, y Miscelánea, págs. 210– 211. 19 Escritos Misceláneos 1883–1896, pág. 210. 20 Ciencia y Salud, pág. 252. 21 Miscelánea, pág. 211. 22 Véase Calvin Frye Diary EF113, The Mary Baker Eddy Collection, The Mary Baker Eddy Library. 23 Ciencia y Salud, pág. 442. 24 Ibíd., pág. 345. 25 Mateo 28:20. 26 Salmo 91:1. 27 Salmo 2:4.


domingo, 19 de setembro de 2010

El Espíritu Santo y la comunicación eficaz

Michael Pabst


La tecnología actual ha abierto las puertas a las comunicaciones de maneras sin precedente. Ahora hablamos con los demás mucho más que antes. ¿Pero son todas las comunicaciones realmente eficaces? ¿Cuál es la esencia de la comunicación, que las personas se hablen unas a otras. Eso no es todo. Hablar no es necesariamente comunicarse. Un ingrediente decisivo es la habilidad de escuchar con sinceridad.

Cuando a la gente sólo le importa sus propio interés, la comunicación sufre. La Biblia tiene una poderosa historia que ilustra esto. Había ciertas personas que tenían un ambicioso plan al construir un sitio llamado Babel. 1 Pero de pronto dejaron de comprenderse entre sí y la comunicación y la productividad se interrumpieron, “y dejaron de edificar la ciudad”.


¿Qué había ocurrido? La Biblia dice que su lenguaje fue “confundido”. Si bien la historia no ofrece ninguna razón circunstancial para dicha ruptura, habla acerca de los móviles de los constructores: el deseo de hacerse un nombre. Algo los influenció para que volvieran su atención hacia ellos mismos, hacia sus propios intereses. Puede que hayan sentido temor u orgullo. Esos estados de pensamiento ejercen una influencia hipnótica que vuelve nuestra atención hacia nosotros mismos y origina malos entendidos. En el caso de Babel se produjo la ruptura total de las comunicaciones.

Podríamos decir que Babel ilustra el lenguaje egocéntrico.


En la Biblia hay, a su vez, otra historia que muestra la raíz de la comunicación eficaz. Es la historia de Pentecostés en el libro de Hechos. 2 Muchas personas de diferentes partes de Medio Oriente se habían reunido para escuchar lo que los apóstoles de Jesús tenían para contar sobre él: cómo Cristo Jesús había vivido las leyes de Dios cuando estaba con ellos, y qué significaba el poder del amor de Dios en la vida de la gente.

Jesús había bautizado a sus discípulos con el Espíritu Santo y con fuego. Había conmovido profundamente a sus seguidores, y sus corazones rebosaban de entusiasmo. El Espíritu Santo —una expresión divina que revela las profundas verdades y leyes del ser— había inspirado y elevado espiritualmente la comprensión de los discípulos y se estaba manifestando en sus obras sanadoras. Y ahora el Espíritu Santo conmovió el corazón de aquellos que escuchaban a los discípulos, trayendo consuelo y transformación.


¿Hacia dónde fue dirigido el pensamiento en la historia de Babel? Hacia adentro y abajo, hacia la personalidad y el yo. ¿Hacia dónde fue dirigido el pensamiento en la historia de Pentecostés? Hacia afuera y arriba, hacia el Espíritu Santo. La gente se apartó de un sentido del yo, hacia el influjo de la inspiración divina.


El Pentecostés ilustra el lenguaje del Espíritu Santo. Los efectos fueron notables. Los oyentes descubrieron, maravillados, que cada uno de ellos comprendía el mensaje en su idioma natal. Y el mensaje tocó sus corazones y almas a tal punto, que muchos se hicieron creyentes y fueron bautizados. Esa es una útil ilustración de la importancia que tiene escuchar para que una comunicación sea eficaz.

La comunicación es en su esencia la inspiración que viene a nosotros de Dios, la Mente divina, la fuente de todas las ideas. Nos comunicamos con mayor eficacia cuando nos vemos los unos a los otros como hijos de Dios, cuando respetamos y escuchamos las ideas divinas y edificantes que cada uno de nosotros tiene para compartir con los demás como expresiones de Dios. De esa forma tomamos más consciencia de nuestra mutua conexión con Dios y descubrimos que nos comunicamos con menos esfuerzo y más eficacia.

Aprendamos de la historia de Babel y estemos alertas para no ser engañados por las influencias mesméricas —tal como la voluntad propia, el orgullo y el temor— que quieren introducir una distracción hipnótica. Aprendamos de la historia de Pentecostés y rebosemos de entusiasmo escuchando el mensaje de Dios. Mary Baker Eddy lo indicó de la siguiente manera: “La magnitud de la obra de Jesús, su desaparición material ante los ojos de los discípulos y su reaparición, todo esto los capacitó para comprender lo que Jesús había dicho. Hasta entonces sólo habían creído; ahora comprendían. El advenimiento de esa comprensión es lo que significa el descenso del Espíritu Santo, aquel influjo de la Ciencia divina que iluminó el Día de Pentecostés con tanto resplandor y cuya antigua historia se repite ahora”. 3


Que cada intercambio de ideas se caracterice por el flujo unificador de ideas divinas.


1 Véase Génesis 11:1–9. 2 Véase Hechos 2:1–12. 3 Ciencia y Salud, pág. 43.