segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vendas de Natal – uma perspectiva espiritual


A agitação no shopping estava a todo vapor, com o público que se ocupava com as compras para as comemorações de Natal e Ano Novo. Enquanto me dirigia para a loja onde trabalhava, invejava as pessoas que estavam sentadas nos bancos ou se divertindo com amigos. Desejava relaxar e me divertir também. Tinha, contudo, de enfrentar uma loja muito movimentada onde teria de ficar em pé durante horas, com um falso sorriso estampado no rosto. Havia sido vendedora temporária na mesma loja por aproximadamente um ano, e não gostava do meu trabalho. Quando não estava entediada, sentia-me sobrecarregada. A cada dia, fingia me importar com aquelas mercadorias caras, atendia a clientes mal-agradecidos (às vezes rudes) e ficava envergonhada e contrariada quando não conseguia completar uma venda sem a ajuda de um gerente. Assim que chegava ao trabalho, começava a contar mentalmente as horas para voltar para casa. Até que, certo dia, quando essa sensação ruim, que já me era familiar, começou a se apoderar de mim, decidi dar um basta! Era hora de mudar minha perspectiva e me volver a Deus.
Encontrei inspiração em uma citação bíblica que ouvira na Escola Dominical e na igreja: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gênesis 1:31). Esse trecho me fez lembrar que Deus nunca criou nada que fosse mau; Ele criou somente coisas boas, portanto, meu emprego tinha de ser uma coisa boa. Afirmei que Deus sempre desejava que eu fosse feliz. Um conceito que me lembro de ter estudado na Escola Dominical, era o de que Deus é nosso Genitor divino, nosso Pai-Mãe Deus. Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã, escreveu uma interpretação espiritual para a Oração do Senhor em Ciência e Saúde. Ela interpretou: “Pai nosso que estás nos céus” como “Nosso Pai-Mãe Deus, todo-harmonioso” (p. 16). Para mim, significa que Deus é completo e inclui tanto a ternura feminina como a força masculina. Essa compreensão nos traz paz, porque Ele nos provê com Seu cuidado constante e incondicional. Pensei em meus pais e em como eles sempre desejavam que eu fosse feliz. Se eu tinha um Criador divino, sabia que podia confiar em que meu Pai-Mãe proveria alegria para mim, a cada momento.
Enquanto orava para sentir a bondade de Deus ao meu redor, lembrei-me de uma viagem que fizera à Disneylândia, há vários anos. Recordei-me de que tinha vivido os momentos mais felizes da minha vida naquelas férias. Entretanto, compreendi que ficara feliz, não apenas porque eu estava na Disneylândia, mas porque me sentia protegida, bem disposta, amada e em paz. Essas qualidades espirituais que vivenciara de forma tão clara na Disneylândia eram permanentes, não importando o que a situação humana sugerisse. Sabia que cada situação era uma oportunidade que Deus sempre nos proporciona de sermos felizes. Isso significava que eu podia ter a mesma expectativa no meu emprego, na loja de roupas, que eu teria em uma viagem à Disneylândia!
Sabia que cada situação era uma oportunidade que Deus sempre nos proporciona de sermos felizes
Ponderei sobre um trecho de Salmos: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente” (16:11). Esse versículo me lembrou que eu tinha o direito à plenitude de alegria, a cada momento da minha vida, e sabia que se colocasse a Deus em primeiro lugar em tudo o que fazia, eu vivenciaria a alegria. A partir daquele momento, fui trabalhar com a expectativa de me sentir protegida, energizada, amada e em paz. No dia seguinte, quando entrei no shopping, ao invés de olhar para os outros com inveja ou de me sentir sobrecarregada, observei a bela decoração natalina, os compradores escolhendo cuidadosamente os presentes para seus entes queridos e meus colegas vendedores ajudando os clientes, todos cumprindo um propósito mais elevado. Descobri ainda que meu propósito divino também estava em ação. Meu falso sorriso se tornou uma expressão genuína de alegria. Atendi aos clientes de forma altruísta, sentindo-me feliz em ajudar as pessoas, enquanto procuravam presentes para familiares e amigos. Passei a tratar meus gerentes com respeito e não me senti mais envergonhada quando precisava de ajuda em uma venda.
Volvi-me imediatamente ao meu Genitor divino e soube que Ele me guiaria a fazer a coisa certa para resolver harmoniosamente a situação
Essa mudança de perspectiva trouxe muitas outras curas no trabalho, envolvendo relacionamentos entre colegas e clientes. Certa vez, uma senhora devolveu um pulôver em nossa loja, que, por estar muito movimentada naquele dia, levou-me a transferir a transação para outra vendedora. Aconteceu que o pulôver que aquela senhora havia devolvido não era da nossa loja e quando descobri isso, a cliente já havia saído. A vendedora que havia feito a troca disse que deveríamos esconder o pulôver e fingir que isso nunca acontecera. Entretanto, sabia que deveria ficar do lado do que era certo. Volvi-me imediatamente ao meu Genitor divino e soube que Ele me guiaria a fazer a coisa correta para resolver harmoniosamente a situação. Enquanto me preparava para contar ao meu gerente sobre a confusão, vi a cliente retornando à loja. Devolvi-lhe o pulôver e contei a ela e ao meu gerente o que havia acontecido. Não fui repreendida e a senhora ficou realmente grata. Não somente constatei que havia um senso real de amor das pessoas que estavam ao meu redor, mas senti também um amor mais profundo, que vinha do meu Pai-Mãe Deus. Testemunhei Sua orientação e cuidado a cada passo do caminho. Devido a essa experiência, sei que o amor e a alegria estão sempre presentes e que são permanentes para todos os amados filhos de Deus. Nosso Pai-Mãe Deus está conosco exatamente agora para acolher, guiar e prover alegria infinita a toda a Sua criação.
Megan mora em Issaquah, Washington, EUA.

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