segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Hades Seol e Geena.



Hades é a transliteração comum para o português da palavra grega haídes, usada em várias traduções da Bíblia. Talvez signifique "o lugar não visto" ou "o lugar invisível".

Ocorrências no texto bíblico

A palavra Hades surge dez vezes nos mais antigos manuscritos das Escrituras Gregas Cristãs ou Novo Testamento.
Esta é a lista das dez ocorrências em dois dos Evangelhos, no Livro dos Atos e no Livro da Revelação ou Apocalipse:
Mateus 11:23; 16:18;
Lucas 10:15; 16:23;
Atos 2:27, 31;
Revelação ou Apocalipse 1:18; 6:8; 20:13, 14.

Hades e Seol

O termo haídes é o equivalente grego da palavra hebraica she'óhl, usualmente trasnsliterada para o português por Seol. Que ambas possuem o mesmo significado pode ser constatado ao se comparar a primeira tradução efectuada do texto das Escrituras Hebraicas para o grego na Septuaginta, ou versão dos LXX, produzida no Século III AEC. Esta tradução emprega a palavra haídes 60 vezes para traduzir a palavra hebraica sheóhl. Em Atos 2:27 surge outra evidência disto visto que o escritor usa a palavra grega haídes ao traduzir a citação que o apóstolo Pedro fez do Salmo 16:10, onde surge a palavra hebraica sheóhl. De modo inverso, várias modernas traduções hebraicas das Escrituras Gregas Cristãs usam a palavra "Seol" para traduzir Hades em Revelação ou Apocalipse 20:13, 14, e a tradução siríaca usa a palavra aparentada "Shiul".
Existe ainda uma outra palavra grega que surge doze vezes no texto bíblico e que é às vezes confundida com Hades. Trata-se da palavra grega géenna (uma forma grega do termo hebraico Geh Hinnóm ou "Vale de Hinom") e usualmente transliterada em português para Geena. Sobre esta palavra veja o artigo respectivo.

Como algumas traduções bíblicas vertem as palavras Hades e Seol
A versão Almeida, edição revista e corrigida, traduz haídes por "inferno" nos primeiros três e nos últimos quatro destes versículos. Nos outros três traduz por "Hades". No caso de sheóhl, esta tradução bíblica é mais abrangente vertendo em diversos locais por "inferno" e em outros por "sepultura", "sepulcro", ou "cova".
A versão Bíblia de Jerusalém, nova edição revista e ampliada, de 2002, traduz a palavra uma vez por "mansão dos mortos", duas vezes por "inferno", e as restantes sete por "Hades". Usualmente a palavra hebraica sheóhl é transliterada como Xeol.
A versão de Matos Soares, 36ª edição, traduziu haídes tanto por "inferno" como por "habitação dos mortos". Por sua vez, sheóhl é vertido por "inferno", "terra", "morte", "habitação dos mortos", "sepulcro", "sepultura" e transliterou uma vez por "Cheol".
A versão A Bíblia na Linguagem de Hoje traduz haídes por "inferno", "morte", "lugar onde estão os mortos" e "mundo dos mortos".
A tradução do Centro Bíblico Católico verte haídes por "inferno", "região dos mortos" e "morada subterrânea".
A versão Bíblia Sagrada Missionários da Difusora Bíblica Fransciscanos Capuchinhos, edição de 2002, traduz haídes por "abismo", "inferno", "morada dos mortos", e "habitação dos mortos". Ao traduzir a palavra sheóhl, esta tradução optou por usar expressões tais como "sepultura", "mundo dos mortos", "abismo", "morada dos mortos", "região dos mortos", "habitação dos mortos" ou "túmulo".
A Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados efectua uma transliteração uniforme das dez ocorrências da palavra grega haídes por "Hades". Da mesma forma as 65 ocorrências de sheóhl, no texto hebraico, são uniformemente transliteradas por "Seol".
A versão Bíblia Pastoral da Editora São Paulo, edição de 1993, verte haídes por "inferno", "morte", e "região dos mortos", "morada dos mortos", "mundo dos mortos". Quanto a sheóhl usam-se expressões como "túmulo", "mansão dos mortos", "cova" ou "mundo dos mortos".
A tradução Padre António Pereira de Figueiredo, edição de 1900, verte a palavra haídes uniformemente por "inferno" nas dez ocorrências. Por sua vez a palavra hebraica sheóhl é traduzida por "inferno", "infernos", "sepultura" ou "sepulchro".

Significado do termo Hades na Bíblia

Uma análise imparcial e abrangente de todas as ocorrências da palavra "Seol" ou "Hades", incluindo o contexto em que surgem, revela que estão sempre associadas com a morte e os mortos, não com a vida e os vivos. Essas palavras, intrinsecamente, não contêm nenhuma idéia ou sugestão de prazer ou de dor. A palavra latina correspondente a Hades é inférnus (às vezes ínferus). Esta palavra significa "o que jaz por baixo; a região inferior", e se aplica bem ao domínio da sepultura. Ela é assim uma apta aproximação dos termos grego e hebraico, não no significado que a palavra portuguesa inferno veio a ter no imaginário popular, como um lugar de tormento ardente, mas sim como o lugar figurativo dos que estão mortos.
"Seol" ou "Hades" ou "Inferno" refere-se, portanto, a algo muito mais abrangente do que um túmulo individual ou até mesmo uma grande sepultura coletiva. Por exemplo, Isaías 5:14 diz que o Seol "escancarou a sua boca além de medida". Embora o Seol já tenha engolido, por assim dizer, um incontável número de mortos, parece que sempre anseia mais, conforme Provérbios 30:15, 16. Ao contrário de qualquer cova ou túmulo, que pode receber apenas um número limitado de mortos, "o Seol não se farta", conforme Provérbios 27:20. Este contexto dá a entender que o Seol nunca fica cheio ou que não tem limites. Portanto, Seol ou Hades não é um lugar literal num local específico. Depreende-se que é a sepultura comum ou geral da humanidade, o lugar figurativo onde se encontra a maioria dos humanos falecidos.
A Bíblia apresenta também a possibilidade de regressar do "Seol", "Hades" ou "Inferno" conforme 14:13, Atos 2:31 e Revelação ou Apocalipse 20:13. Mostra também que aqueles que estão no Seol, ou Hades, incluem não só os que serviram a Deus, mas também os que não O serviram. (Gênesis 37:35; Salmo 55:15) Portanto, a Bíblia ensina que haverá "uma ressurreição tanto de justos como de injustos", confome expresso em Atos 24:15.

Confusão sobre o significado do termo Hades

A utilização da palavra "inferno", que com o tempo ficou associada à ideia de tormento ardente, ou a falta de coerência na tradução desta palavra hebraica resultou em alguma confusão na mente dos leitores. Alguns eruditos mencionaram essa confusão nas seguintes declarações:
"Muita confusão e compreensão errada foram causadas pelo facto dos primitivos tradutores da Bíblia terem traduzido persistentemente o termo hebraico Seol e os termos gregos Hades e Geena pela palavra inferno. A simples transliteração destas palavras por parte dos tradutores das edições revisadas da Bíblia não bastou para eliminar apreciavelmente esta confusão e equívoco." (The Encyclopedia Americana, 1942, Vol. XIV, p. 81).
Sobre a associação da palavra "Hades" com um inferno de fogo, lugar de tormentos para as pessoas após a sua morte física, o glossário da Nouvelle Version da Sociedade Bíblica Francesa observa sob a expressão "habitação dos mortos":
"Esta expressão traduz a palavra grega Hades, que corresponde à hebraica Seol. É o lugar onde os mortos se encontram entre o seu falecimento e a sua ressurreição (Lucas 16:23; Atos 2:27, 31; Revelação ou Apocalipse 20:13, 14). Certas traduções verteram esta palavra erroneamente por inferno."


Geena é a transliteração comum para o português de um termo de origem grega: "géenna". Por sua vez, géenna origina-se do termo hebraico Geh Hinnóm (גֵיא בֶן-הִנֹּם) que significa literalmente "Vale de Hinom", e que veio a tornar-se um depósito fora de Jerusalém onde o lixo era incinerado.


Ocorrências no texto bíblico
Esta palavra grega surge doze vezes no texto bíblico, nos seguintes locais:
Mateus 5:22, 29, 30; 10:28; 18:9; 23:15, 33
Marcos 9:43, 45, 47
Lucas 12:5
Tiago 3:6

Localização geográfica

A pessoa cujo nome teria dado origem à designação deste vale não é conhecida, assim como também se desconhece o significado do próprio nome Hinom ou Enom.
É também referido no Antigo Testamento pelas seguintes expressões:
O "vale do(s) filho(s) de Hinom" (ou Ben-Enom)
Simplesmente o "Vale", como na expressão "Portão do Vale" (Josué 15:8; 2 Reis 23:10; Neemias 3:13)
É provável que a menção de "o vale dos cadáveres e das cinzas", em Jeremias 31:40 (BJ) também se refira a este local.
O vale de Hinom encontrava-se ao Sudoeste e ao Sul da antiga Jerusalém. (Josué 15:8; 18:16; Jeremias 19:2, 6). O vale estende-se para o Sul desde as imediações do actual Portão de Jaffa, conhecido em árabe por Bab-el-Khalil, vira abruptamente para o Este no canto Sudoeste da cidade, e segue ao longo do lado Sul ao encontro dos vales de Tiropeom e do Cédron, num ponto perto do canto Sudeste da cidade. Numa zona um pouco acima do local onde este vale converge com os vales do Tiropeom e do Cédron, existe uma área mais larga. Provavelmente era aqui a localização de Tofete (também grafado Tofet ou Tofeth, conforme as traduções), mencionado em 2 Reis 23:10. No lado Sul do vale, perto da sua extremidade oriental, encontra-se o lugar tradicional de Acéldama ou Hacéldama, o "Campo de Sangue", o campo do oleiro comprado com as 30 moedas de prata de Judas. (Mateus 27:3-10; Atos 1:18, 19) Mais para cima, o vale é bastante estreito e fundo, com muitas câmaras sepulcrais nos socalcos dos seus penhascos.
O vale de Hinom fazia parte da fronteira entre as tribos de Judá e de Benjamim, encontrando-se o território de Judá ao Sul, o que situava Jerusalém no território de Benjamim, conforme delineado em Josué 15:1, 8; 18:11, 16. O vale é agora conhecido como uádi er-Rababi (Ge Ben Hinnom).

Utilização do local

Durante o reinado de Acaz, rei de Judá, a Geena é mencionada como tendo sido usada para a prática de rituais de sacrifício humano em adoração a deuses das nações vizinhas, particularmente a Moloque (também grafado Moloc ou Moloch, conforme as traduções). Segundo mencionado em 2 Crónicas 28:1-3 era neste vale que tais práticas, que incluíam o sacrifício de crianças, eram realizadas. A Bíblia informa ali:
"Acaz subiu ao trono com vinte anos. E reinou dezesseis anos em Jerusalém. Não fez, como seu antepassado Davi, o que Javé aprova. Imitou o comportamento dos reis de Israel, fazendo estátuas para os ídolos. Queimou incenso no vale dos Filhos de Enom e chegou até a sacrificar seus filhos no fogo, conforme os costumes abomináveis das nações que Javé tinha expulsado de diante dos israelitas." (Bíblia Pastoral)
O neto de Acaz, o Rei Manassés, promovendo este tipo de prática degradante em grande escala, também veio a fazer "os seus próprios filhos passar pelo fogo no vale do filho de Hinom", conforme 2 Crónicas 33:1, 6, 9 (NM). O Rei Josias, neto de Manassés, finalmente acabou com esta prática por profanar este lugar, especialmente em Tofete,tornando-o impróprio para a adoração, talvez por espalhar ali ossos ou lixo, conforme 2 Reis 23:10 que informa:
"Também profanou a Tofeth, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fizesse passar a seu filho, ou sua filha, pelo fogo a Moloch." (Almeida).
Comentando este versículo, o erudito judeu David Kimhi (1160?-1235?) diz o seguinte como possível explicação sobre Tofete:
"Nome do lugar em que eles faziam seus filhos passar pelo fogo para Moloque. O nome do lugar era Tofete, e diziam que era chamado assim porque eles dançavam e tocavam pandeiros [hebr.: tuppím] por ocasião da adoração, para que o pai não escutasse os gritos do filho quando o estivessem fazendo passar pelo fogo, e para que seu coração não ficasse agitado e ele o tirasse da mão deles. E esse lugar era um vale que pertencia a um homem chamado Hinom, de modo que era chamado de 'Vale de Hinom' e de 'Vale do Filho de Hinom'. E Josias conspurcou aquele lugar, reduzindo-o a um lugar impuro, para nele se lançarem carcaças e toda impureza, a fim de que nunca mais subisse ao coração do homem fazer seu filho ou sua filha passar pelo fogo para Moloque." (Biblia Rabbinica, Jerusalém, 1972).
Segundo nota de rodapé na Bíblia Sagrada, da Difusora Bíblica Franciscanos Capuchinhos, o termo Tofete pode significar "queimador".
Com o tempo, o vale de Hinom tornou-se o depósito e incinerador do lixo de Jerusalém. Lançavam-se ali cadáveres de animais para serem consumidos pelos fogos, aos quais se acrescentava enxofre para ajudar na queima. Também se lançavam ali os cadáveres de criminosos executados, considerados imerecedores dum sepultamento decente num túmulo memorial. Quando esses cadáveres caíam no fogo, então eram consumidos por ele, mas, quando os cadáveres caíam sobre uma saliência da ravina funda, sua carne em putrefacção ficava infestada de vermes, ou gusanos, que não morriam até terem consumido as partes carnais, deixando somente os esqueletos. Nenhum animal ou criatura humana vivos eram lançados na Geena, para serem queimados vivos ou atormentados.
"Tornou-se o depósito de lixo comum da cidade, onde se lançavam os cadáveres de criminosos, e as carcaças de animais, e toda outra espécie de imundície." — Smith’s Dictionary of the Bible (Boston, 1889, Vol. 1, p. 879.)
O Novo Comentário Bíblico, na página 779, em inglês, diz:
"Geena era a forma helenizada do nome do vale de Hinom em Jerusalém, no qual se mantinham constantemente fogos acesos para consumir o lixo da cidade. Este é um poderoso quadro da destruição final."
"Visto que alguns israelitas sacrificavam ali seus filhos a Moloque, o vale veio a ser considerado como lugar de abominação. Num período posterior foi transformado num lugar onde se jogava o lixo, e perpetuavam-se os fogos para impedir uma pestilência." — The New Funk & Wagnalls Encyclopedia (Nova Iorque, 1950, Vol. 15, p. 5576)

Como algumas traduções bíblicas vertem a palavra Geena

Alguns têm associado a palavra Hades com a palavra Geena. No entanto, pelo exposto acima e pelo conteúdo do artigo Hades, conclui-se que as duas expressões referem-se a coisas distintas. Algumas traduções tomaram a liberdade de traduzir Geena por "Inferno", conduzindo assim à ideia de um lugar de tormento ardente. Alguns exemplos são:
Bíblia Pastoral - Verte 11 vezes por "inferno" e uma vez translitera "geena" em Tiago 3:6
Almeida - Traduz as doze ocorrências por "inferno".
Tradução Padre António Pereira de Figueiredo - Traduz as doze ocorrências por "inferno".
Bíblia Sagrada, da Difusora Bíblica Franciscanos Capuchinhos - Verte 10 vezes por "Geena" e 2 por "Inferno" em Mateus 23:15 e Tiago 3:6
No entanto, algumas versões modernas, aprovadas pelo Catolicismo, Protestantismo e outras denominações cristãs, como as Testemunhas de Jeová, optaram coerentemente por usar nas doze ocorrências a transliteração "Geena". Entre essas estão:
Bíblia de Jerusalém, (2002)
Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, (1986)
Bíblia Mensagem de Deus (1983)
Bíblia Sagrada - Centro Bíblico Católico, 20ª edição, (1973)
A Bíblia - Liga de Estudos Bíblicos, (1965)
Bíblia Sagrada - Missionários Capuchinhos, (1982)
Bíblia Sagrada - Pontifício Instituto Bíblico, (1967)
Bíblia Sagrada - Matos Soares, 36ª edição, (1980)
Novo Testamento - Tradução Ecumênica da Bíblia, Edições Loyola, (1987)

Interpretação do termo Geena

Conceito do Catolicismo e Protestantismo

Tendo sido traduzido algumas vezes como "inferno", o termo Geena acabou por ser conotado com um lugar de tortura, de intensos sofrimentos, para onde são conduzidas as almas dos pecadores impenitentes, após a morte do corpo físico. Mais informações sobre as doutrinas destas denominações religiosas no artigo Inferno.

Conceito de outras denominações cristãs

O conceito das Testemunhas de Jeová, Cristadelfianos e dos Adventistas do Sétimo Dia sobre Geena é radicalmente oposto à da maioria das religiões ditas cristãs. Em harmonia com o que consideram ser a evidência bíblica, Geena ou o Vale de Hinom pode servir apropriadamente de símbolo de destruição, mas não de ardente tormento consciente. As Testemunhas de Jeová, os Cristadelfianos e os Adventistas do Sétimo Dia argumentam que um Deus de amor jamais iria condenar a uma eternidade de sofrimento quem foi pecador apenas por algumas décadas. Afirmam ainda que, quando os israelitas queimavam seus filhos vivos, naquele vale, Deus disse que algo tão horrível nunca lhe subira ao coração, conforme Jeremias 7:30-31:
"Pois os filhos de Judá fizeram o que é mau aos meus olhos, é a pronunciação de Jeová. Colocaram as suas coisas repugnantes na casa sobre a qual se invocou meu nome, para a aviltarem. E construíram os altos de Tofete, que está no vale do filho de Hinom, para queimarem no fogo a seus filhos e suas filhas, coisa que eu não havia ordenado e que não me havia subido ao coração." (NM)
Referem ainda as palavras do apóstolo Paulo que, ao escrever aos cristãos em Tessalónica, disse que aqueles que lhes causavam tribulação seriam "submetidos à punição judicial da destruição eterna de diante do Senhor e da glória da sua força" - 2 Tessalonicenses 1:6-9 (NM). Consideram assim que a evidência bíblica torna claro que os que Deus julga indignos de merecer a vida não sofrerão tormento eterno num fogo literal, mas sim a "destruição eterna". Não serão preservados vivos em parte alguma. O fogo da Geena, portanto, é somente símbolo da totalidade e inteireza desta destruição.
Equiparam a palavra Geena com a expressão "lago de fogo" que surge em Revelação ou Apocalipse. Segundo os seus ensinos, "o lago de fogo" não significa um lugar de tormento consciente, mas, antes, a morte ou destruição eterna. Citam a própria Bíblia em Revelação 20:14:
"E a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo. Este significa a segunda morte, o lago de fogo."
Para estas denominações religiosas é evidente que este "lago" é simbólico, porque a Morte e o Inferno ou Hades, a sepultura comum ou geral dos humanos, são lançados nele. Nem a morte nem o inferno podem ser queimados literalmente. Mas podem ser eliminados ou destruídos definitivamente.
Referem que em Mateus 10:28, Jesus avisou seus ouvintes a "temer aquele que pode destruir na Geena tanto a alma como o corpo". Lembram que não se faz ali menção de tormento no fogo da Geena mas, antes, destruir na Geena. De modo que concluem que as referências à "Geena de fogo" têm o mesmo significado que o "lago de fogo", de Revelação 21:8, ou seja, a destruição, "a segunda morte", da qual não há ressurreição ou retorno.
As Testemunhas citam inclusivamente o periódico católico Commonweal, onde o articulista Joseph E. Kokjohn reconheceu:
"O derradeiro lugar de punição, evidentemente é Geena, o Vale de Hinom, que antigamente fora um lugar onde se ofereciam sacrifícios humanos a deuses pagãos, mas em tempos bíblicos já se havia tornado o depósito de lixo da cidade, um monturo à beira de Jerusalém. O mau cheiro, a fumaça e o fogo eram ali um lembrete constante, para os habitantes, do que acontecia às coisas que haviam servido ao seu fim — eram destruídas."
Também referem o comentário do jesuíta John L. McKenzie, no seu Dicionário da Bíblia (1965, em inglês):
"Por causa deste santuário ritualístico para sacrifícios humanos, Jeremias amaldiçoou o lugar e predisse que se tornaria um lugar de morte e de corrupção (7:32; 19:6). Este vale é mencionado, não por nome, em Isaías 66:24, como local em que os cadáveres de rebeldes contra Yahweh devem jazer. Na literatura rabínica, porém, o fogo eterno não é certamente punição eterna. A Geena é um lugar em que os iníquos são destruídos de corpo e alma, o que talvez reflita a idéia de aniquilação (Mt 10:28)."

Conceito do Judaísmo

O conceito rabínico, judáico, segundo impresso em The Jewish Encyclopedia (Enciclopédia Judaica), reza como segue:
"No dia de julgamento final, haverá três classes de almas: as dos justos serão imediatamente inscritas para a vida eterna; as dos iníquos, para a Geena; mas as daqueles cujas virtudes e pecados se equilibrarem baixarão à Geena, e flutuarão para cima e para baixo até que se ergam, purificados."


Essa é a Bendita Promessa:

" E muitos dos que dormem no pó da terra, ressucitarão, uns para avida eterna, e outros para vergonha e despreso eterno. Daniel. 12. v. 2 ... e João 5. v. 28 e 29 Não vos maravilheis disso, porque vem a hora, em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua vóz, . E os que fizerem o bem sairão para aressurreição da vida, e os que fizeram o mal, para a condenação...

"Cristo morreu pelos nossos pecados... foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras." (I Coríntios 15:3,4).

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