quinta-feira, 9 de abril de 2009

Doces recordações de Mary Baker Eddy


By Abigail Dyer Thompson

"A vida de grandes homens e mulheres é um milagre de paciência e perseverança. Cada astro na constelação da grandeza humana, tal como as estrelas, estaca-se nas trevas e brilha com a luz refletida de Deus", escreve Mary Baker Eddy em sua mensagem sobre "Fidelidade",
no livro, Miscellaneous Writings (p. 340). De sua própria vida irradiou-se a maior iluminação espiritual dos tempos modernos, e com o passar dos anos apreciamos cada vez mais o valor de seu exemplo.
Agosto de 1886 deixou uma marca indelével nas minhas lembranças da infância. Minha mãe fora convidada a participar de seu primeiro curso Primário de Ciência Cristã sob a direção da Sra. Eddy, e eu a acompanhei a Boston. Como nos hospedamos numa casa particular próxima à Faculdade onde se realizava o Curso, quase todos os dias e via nossa Líder. Jamais esquecerei a grande alegria que senti, quando a vi pela primeira vez. Numa de minhas visitas anteriores a Boston, minha mãe e eu assistimos a um culto da Ciência Cristã realizado no Chickering Hall. Para nossa grande felicidade, o sermão naquela manhã foi pregado por nossa querida Líder, e após seu encerramento tive o prazer de acompanhar a minha mãe até a plataforma e falar com a Sra. Eddy. Cerrando os olhos ainda agora posso vê-la tal como ela se postou diante daquela congregação, cheia de graça, de fervorosa determinação, comovida, tendo em sua voz um tom de sinceridade que mantinha os ouvintes fascinados durante sua palestra.
Ninguém que tivesse tido a oportunidade de ver nossa líder alguma vez, poderia esquecer seu encanto pessoal. Quando a conheci pela primeira vez, havia em suas maneiras o vigor e a alegria de viver da juventude. Seu cabelo era castanho escuro e sua tez era rosada e clara como a de uma criança. Seus olhos castanhos escuros e cheios de luz se aprofundavam e brilhavam numa mudança tão rápida de expressão que era difícil determinar sua cor exata. Durante uma viagem à Europa, escrevi a nossa Líder pedindo-lhe uma fotografia que, segundo sua opinião, se parecesse com ela, pois eu queria mandar pintar seu retrato em porcelana, em Dresden. Três fotografias vieram pela volta do Correio. Ao retornar ao meu país, e antes de voltar para casa, fiz uma visita à Sr. Eddy em Pleasant View e lhe mostrei a miniatura. Após estudá-la durante alguns momentos ela comentou, em substância: Os olhos têm um castanho muito escuro. A seguir, acrescentou: Os artistas geralmente gostam de pintar meus olhos de castanho, mas nenhum parece conhecer sua cor exata. Caminhando até a janela, ela disse: Venha para a luz, querida, e diga o que pensa deles. Após olhar atentamente por um momento, exclamei: Ora, são de um cinza-azulado profundo, e eu sempre supus que fossem castanhos. No entanto, penso realmente que, assim como a expressão de seu rosto modificava-se constantemente, seus olhos por vezes adquiriam matizes diferentes.
Foi uma bênção e um privilégio tomar parte da última classe lecionada por nossa Líder. Devido a influência do profundo apreço de minha mãe pela Sra. Eddy como Líder inspirada por Deus, eu estava preparada para seguir com interesse absorvente cada palavra de sue ensino. Nunca serei o suficiente grata por terem sido despertados em mim, nos meus anos de infância, um amor e uma reverência pela Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã que abriram minha mente para ouvir, e me deram o desejo irresistível de compreender as coisas do Espírito.
Ao contemplar em pensamento as muitas e inspiradoras entrevistas com nossa querida Líder, eu as considero como os momentos mais excelsos de minha vida. Ela falava de coisas espirituais com uma intimidade que revelava vividamente sua visão à consciência de seu interlocutor, deixando neste uma impressão profunda e duradoura que não devia ser muito diferente daquela que os discípulos sentiram no mente da transfiguração.
Certa feita, quando nossa Líder estava falando comigo a respeito da importância de mais e melhor trabalho de cura em nosso movimento, ela perguntou se eu tivera o cuidado de manter um registro de meus próprios casos de cura que pudessem servir de referência no futuro.
Informei que nunca me ocorrera fazer qualquer anotação especial sobre eles. A isso a Sra. Eddy replicou, com seriedade, nestas palavras que acredito se aproximarem muito do que disse: Minha querida, seja fiel em manter um registro exato de suas demonstrações, pois nunca se sabe quando elas podem ser valiosas à Causa ao serem enfrentados os ataques contra a Ciência Cristã. Aí, acrescentou, com tristeza: Lamento dizer que no corre-corre de uma vida atarefada, é fácil esquecer-se até mesmo de experiências importantes, e lamento que isso tenha acontecido com muito do meu melhor trabalho de cura.
Essa querida e bendita benfeitora do mundo inteiro mal se dava conta de que, naquele momento exato, estava falando com alguém que devia anos de abundante saúde às aptidões de suas próprias demonstrações de cura!
Em outra ocasião, quando eu a estava visitando em Pleasant View, repeti a nossa Líder uma declaração que fora feita por um dos trabalhadores da Ciência Cristã, o qual naquela época ocupava um cargo de destaque. Eu não conseguia reconciliar o seu conteúdo com minha própria compreensão de metafísica e tinha decidido que, na próxima vez em que visse a Sra. Eddy, eu lhe perguntaria se era correto recusar-se a aceitá-lo. Em resumo, disse ela: Sua própria interpretação está inteiramente correta, e, neste sentido, quero deixar-lhe impresso um fato: não importa quão alta a posição que um Cientista Cristão possa ocupar dentro do movimento, nunca aceite o que ele possa dizer como sendo válido, a menos que seja possível consubstanciar essa declaração com o que consta no nosso livro-texto, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras.

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