sexta-feira, 8 de abril de 2011

Vença pensamentos de ansiedade!


De repente, a ansiedade o atinge você como uma tijolada. Talvez você e alguns amigos seus já tenham vivenciado uma inquietação repentina e intensa, uma sensação de ameaça que o tira do prumo. De repente, nossa vitalidade é minada e qualquer senso de segurança aniquilado.
Ou... Talvez você também tenha vivenciado um monólogo arrepiante de pensamentos assustadores e que, gradualmente, distorcem a percepção e obscurecem a perspectiva que temos da vida. Exatamente à margem da consciência, como se fosse uma constante mensagem de rodapé (semelhante às informações no rodapé do noticiário de TV), pensamentos podem apresentar continuamente previsões sombrias. O derrotismo se instala à medida que pensamentos debilitantes como esses ficam martelando, lançando obstáculos à autoestima e às realizações.
De fato, vivemos em uma época de ansiedade, que, de acordo com os noticiários, atingiu proporções epidêmicas. O Instituto Nacional de Saúde Mental (National Institute of Mental Health, NIMH) afirma que, por ano, quase 40 milhões de adultos americanos sofrem algum tipo de distúrbio causado por ansiedade e que a maioria deles têm até mais de um. Aqueles que vivenciam esse tipo de problema normalmente têm dificuldades em descrevê-la. Nervosismo, medo, preocupação e apreensão intensa não chegam nem perto de descrever o desespero doloroso que se experimenta quando o medo consome o pensamento. A maioria das pessoas já vivenciou rápidos momentos de medo. Entretanto, quando eles se prolongam, passando a interferir com as atividades diárias e com o repouso noturno, ou quando dominam a maneira como identificamos a nós mesmos, o desafio da ansiedade tem de ser tratado.
Uma coisa é certa: não é da vontade de Deus que subsistamos com a constante expectativa de fracasso. “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10). A Bíblia confirma que sempre temos um forte advogado em Deus. Sempre! Sempre!
A Mente divina sempre abençoa e se expressa em liberdade
Sensações intermináveis de insegurança, desamparo e isolamento, teimosamente arraigados, parecem contradizer a evidência do apoio de Deus. O que está acontecendo? Obviamente, há um profundo desejo de ser libertado de tal mal. Talvez nos perguntemos: Por que não consigo controlar isso? Quem está no controle da minha mente, afinal?
Vamos entender com o que estamos lidando. Na Ciência Cristã, Mente é um sinônimo para Deus. Há apenas um Deus, portanto, uma única Mente. Você e eu somos as ideias de Deus, a bela expressão da Mente jubilosa. O homem é definido em Ciência e Saúde como “A idéia composta que expressa o Espírito infinito; a imagem e semelhança espiritual de Deus; a representação completa da Mente” (p. 591). No entanto, a partir de uma perspectiva mortal, o homem parece ter uma mente separada, exclusiva dele mesmo. Isso é citado na Bíblia como “pendor da carne” (ver Romanos 8:7). Com a mente mortal, tudo gira em torno de “mim, mim, mim”. Tudo está centrado no pequeno ego individual. É aí que começa o problema.
A falta de controle vivenciada durante os momentos de ansiedade é resultado da vontade própria, ou seja, da sugestão de que a mente mortal possa usurpar a autoridade de Deus em nossa vida. A Mente divina sempre abençoa e se expressa em liberdade. A mente mortal constrange. Ela sufoca as inclinações naturais do domínio que Deus outorgou ao homem. Imagine a mente mortal como sendo uma armadilha de dedo chinesa. Você coloca dois dedos, um em cada ponta de um cilindro de tecido e, para libertá-los, você percebe que precisa puxá-los com toda força que você puder. Isso só reforça a armadilha. O pior é que, quanto mais você puxa mais você aperta. A solução para escapar da armadilha é usar os dedos livres e os polegares. Saia fora da armadilha.
Em vez de reclamar sobre a difícil situação ou acionar seu próprio exército e contar com a ajuda de seus aliados, ele se volveu a Deus
Da mesma forma, a mente mortal não pode se libertar da sua própria armadilha de desespero. Ela luta para se livrar dos diversos tipos de medo que a compõem. Essa é a razão pela qual as pessoas recorrem frequentemente a medicamentos para controlar a ansiedade. As drogas são consideradas como um sistema de apoio externo porque a biologia equipara a inteligência com o cérebro, que utiliza um processo eletroquímico. Acredita-se que, ao alterar o equilíbrio químico no cérebro, você controla o medo. Seriam os homens e as mulheres meramente complexos químicos? Ciência e Saúde explica esse paradoxo: “Todo conceito que parece começar no cérebro, começa errado” (p. 262).
No Glossário de Ciência e Saúde, mente mortal está parcialmente definida como: “erro que cria outros erros” (ver p. 591). Ao começar a partir do cérebro, você se abre para outras teorias cruéis sobre fatores determinantes da nossa composição, tais como a hereditariedade e a predestinação contida no DNA, conhecida como “predisposição genética”. A única solução definitiva para o problema da ansiedade surge quando deixamos para trás os meios e formas materiais, mortais, e reivindicamos o poder de Deus, da Mente. Essa é a única estratégia que leva ao êxito total.
Considere isto: Você é uma boa pessoa, honesta e responsável. Você ama a Deus e é fiel a Ele em todas as facetas de sua vida. Então, inesperadamente você se encontra cara a cara com um inimigo de imensas proporções. A situação é tão intimidante e desanimadora que sua resposta imediata é o mau humor. O que você faz?
Essa é a situação com a qual Josafá, como rei de Judá, se deparou, por volta de 873, antes da Era Cristã. (Sua história está na Bíblia, nos livros de Reis e Crônicas). De repente, dois exércitos das regiões vizinhas, os quais excediam em grande número os recursos de Josafá, invadiram seu reino. Sua primeira reação foi de ansiedade. Mas, em vez de reclamar sobre sua situação difícil ou acionar seu próprio exército e contar com a ajuda de seus aliados, ele se volveu a Deus.
Deus é provedor e protetor
Antes de considerar que ação tomar, Josafá invocou a sabedoria de Deus, ou Mente divina. Sua oração começa com um fato fundamental: Deus está no controle de tudo, tanto no céu como na terra. A lógica então o leva a outra verdade fundamental: Nada substitui o poder infinito de Deus. Em seguida, Josafá relembra a promessa de Deus de ajudar Seu povo, sempre que passar por aflições.
A resposta à sua oração por livramento vem imediatamente: “Não temais, nem vos assusteis por causa desta grande multidão, pois a peleja não é vossa, mas de Deus” (2 Crônicas 20:15). Ele e seu povo não precisavam se envolver em combates, mas deveriam ir ao campo de batalha e ficar parados. No dia seguinte, eles vão e testemunham uma batalha incomum. Josafá nomeia um grupo de cantores para a linha de frente de sua defesa. Cantores? Não é um plano de batalha típico para o que poderíamos considerar uma situação muito perigosa. “Rendei graças ao Senhor, porque a sua misericórdia dura para sempre” (2 Crônicas 20:21). À medida que eles cantam esses louvores, os exércitos que se reuniram para conquistar Judá começam a lutar entre si. O embate acaba quando eles se destroem a si mesmos.
Quando desafiados por um exército de terror, podemos procurar imediatamente a proteção da Mente onipotente. Assim como o povo de Judá, nós temos um pacto, uma aliança ou um contrato com Deus. Temos de agir como os filhos de Deus, os beneficiários do único poder no universo. Deus é o provedor e protetor. Ele é Deus. Esse é um relacionamento maravilhoso, um contrato que vale a pena honrar. A batalha é dEle. Ele vai nos defender. Podemos cantar Seus louvores. Podemos apagar qualquer sensação de ansiedade com cânticos de alegria. Não precisamos ter medo de enfrentar o inimigo com o reforço constante de Deus.
É interessante notar que, antes de toda essa agressão acontecer, Josafá falou ao seu povo, dizendo: “Sede fortes no cumprimento disso, e o SENHOR será com os bons” (2 Crônicas 19:11). A única maneira de ter êxito sobre os terríveis bombardeios da mente carnal é ficar parado. Enfrentar essas circunstâncias, mantendo o pensamento calmo, proporciona a cura definitiva que buscamos. Não podemos deixar de observar que, no caso de Josafá, o local onde ocorreu a batalha é chamado de Berachah, ou “o vale das bênçãos”.
Como a ideia do bem, Deus, eu poderia expressar somente o bem
Há alguns anos, tive um momento de enfrentamento tal como Josafá, no qual tinha de vencer a ansiedade volvendo-me a Deus. Foi um tempo de muita agitação em minha vida, e eu nem sempre estava no comando da situação. Comecei a vivenciar estados de pânico, que duravam vários minutos após despertar de um sonho noturno. Isso aconteceu mais de uma vez, e logo comecei a ter medo do medo! Era um círculo vicioso. Finalmente, cheguei à conclusão de que Deus derrota esses inimigos e que eu deveria colocar esse problema nas mãos dEle. Durante uma de minhas orações, a frase “viver sem medo e sem perturbações” me veio à mente. Essa frase faz parte de um hino, que começa assim:
“Quem em seu Deus se abrigar, Já se liberta do temor,
Sob o amparo do Senhor...”
(Hinário da Ciência Cristã, 99)

Esse hino está fundamentado no Salmo 91, que diz em parte: “Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia...” (v. 5). Em vez de pensar nesse versículo como uma ordem, considerei-o como uma promessa: “Não posso ter medo. Não terei medo. Não tenho medo. O Amor, Deus, é meu protetor. Posso ficar sem medo, porque o Amor vai preparar o caminho para mim, neutralizando as farpas do medo. O Amor está às minhas costas, guardando-me dos inimigos invisíveis”.
Nessa ocasião, descobri que estava observando de forma mais cuidadosa as coisas sobre as quais pensava. Como uma ideia do bem, Deus, eu poderia expressar somente o bem. À medida que meu pensamento era cuidadosamente ajustado à Mente divina, raciocinava que eu poderia vivenciar mais da serenidade desejada. Mary Baker Eddy confirmou isso em Ciência e Saúde: “O homem e seu Criador estão correlacionados na Ciência divina, e a consciência real só tem conhecimento das coisas de Deus” (p. 276).
Seja um guerreiro, não um ansioso
Descobri que a ansiedade é uma reação que consta do cardápio corrupto da mente mortal. A consciência mortal temerosa não é em realidade nenhuma consciência. É falsa. Pensamentos de terror, de medo, de pânico, de negatividade e de ansiedade não são modalidades da consciência verdadeira. Orei com essas novas ideias durante um período de mais de dois meses e, certo dia, percebi que os episódios de sonhos haviam terminado. Os temores noturnos haviam evaporado, juntamente com o receio da ansiedade.
Por meio de seus ensinamentos, de suas curas e advertências, Cristo Jesus nos mostrou como escapar de uma consciência errônea cheia de ansiedade e nos refugiar em uma percepção de liberdade espiritual, o que requer uma purificação do pensamento. À medida que a consciência é purificada e nossa vida se torna mais espiritual, o peso esmagador do medo desaparece. Cada passo rumo à confiança na Mente infinita, e cada passo para longe da dependência de vivermos temendo o desconhecido de uma mente carnal, leva-nos a dar o passo que nos aproxima mais da paz inaudita que é nossa por direito.
Se afligidos por probabilidades cheias de temor, devemos nos volver a Deus e não ao nosso próprio ego. Nós ecoamos com a única Mente, que nos envolve continuamente e isso nos permite triunfar sobre o medo, e obter uma nova mentalidade: “...Cantai ao SENHOR um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória” (Salmos 98:1). Nunca assuma o papel de vítima na batalha com a ansiedade. Seja um guerreiro, não uma vítima ansiosa.
Steven Salt é Praticista e Professor de Ciência Cristã em Bexley, Ohio, EUA.

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