segunda-feira, 16 de março de 2009

Para a liberdade foi que Cristo nos libertou.



Durante anos, acompanhei a história de Aung San Suu Kyi, que esteve sob prisão domiciliar em Burma (Myanmar) por 13 anos, devido ao seu apoio à democracia em seu país. É preciso coragem para defender o direito à liberdade, especialmente quando isso significa fazer esse tipo de sacrifício.
Embora eu viva em Londres agora, cresci sob um governo repressivo. Devido ao meu passado, fiquei especialmente feliz quando recentemente a Sra. Suu Kyi recebeu permissão para deixar sua casa e orar com centenas de budistas pela democracia em Burma. Quando ouvi que o governo respondia com violência aos protestos, percebi que precisava orar.
A Bíblia tem muitos exemplos de pessoas que defenderam o direito de ser livre. Também relata atos individuais de desobediência a leis e governos tirânicos. Um desses exemplos é o das parteiras hebraicas que desobedeceram à ordem do faraó egípcio de matar os bebês hebreus do sexo masculino. Seus atos de bravura são relatados e os nomes de duas delas, Sifrá e Puá, estão preservados na Bíblia (ver Êxodo 1:15).
Deus é a autoridade única e final. O livro do Êxodo refere-se, quase que totalmente, ao que é exigido para ser livre e como as pessoas respondem aos desafios à liberdade. Ele descreve o encontro de Moisés com Deus, que lhe diz para ir até o faraó egípcio que mantinha os israelitas como escravos, a fim de exigir a libertação deles e guiá-los para fora da escravidão.
Embora essa tivesse sido a orientação que Moisés recebeu, ele pergunta a Deus como deveria responder se as pessoas perguntassem quem o havia enviado. Deus respondeu: “EU SOU O QUE SOU... Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros” (Êxodo 3:14). Mary Baker Eddy, que fundou a Ciência Cristã, referiu-se ao nome “EU SOU” como sendo a declaração de “uma poderosa individualidade, a saber, o Pai eterno... presença eterna, onipotência...” (Miscellaneous Writings [Escritos Diversos] 1883-1886, p. 258).
Começar com o fato de que Deus é a autoridade única e final, a despeito de todas as dificuldades ao longo do caminho, possibilitou a Moisés liderar os israelitas, rumo à liberdade.
Quando coisas perturbadoras acontecem, lembro-me de minha verdadeira identidade, como idéia de Deus
Cada um de nós pode ser guiado à liberdade, quer seja da repressão do governo ou da doença, do medo ao fracasso, do envelhecimento ou da solidão, ou de qualquer coisa que nos faça sentir encurralados. Deus sempre se comunica conosco, e, se estivermos dispostos a ouvir, conseguiremos discernir Sua orientação.
Isso é possível porque cada um de nós é a idéia espiritual de Deus, o todo-poderoso EU SOU. Quando considero a coragem de Moisés diante do faraó e tudo o que ele passou apenas para obter o consentimento para que partissem, percebo uma ampla evidência do poder de Deus, tornando inevitável o aparecimento da liberdade.
Como cristã, identifico esse movimento poderoso rumo à liberdade com a Verdade, ou o Cristo universal, ativo em nossa consciência. Quando coisas perturbadoras acontecem, lembro a mim mesma a minha verdadeira identidade como idéia de Deus e digo, como Moisés: “EU SOU me enviou a vós outros”. Sinto a presença do Amor todo-poderoso me ajudando.
Deus fala conosco agora mesmo e nos guia rumo ao bem, nunca ao malTodos podem sentir essa presença. Deus falava com Moisés por meio de seu sentido espiritual ou intuição. Ele também fala conosco agora, e nos guia rumo ao bem, nunca ao mal.
Durante as orações de protesto em Burma, no ano passado, os monges convidaram as pessoas do país a orarem nas portas de suas casas. Por pura gratidão pela minha liberdade, juntei-me a eles em oração. Levo a sério o que o Apóstolo Paulo disse aos gálatas:
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes...” (Gálatas 5:1)
Ele pediu aos gálatas que fizessem isso seguindo o ensinamento de Jesus de amar uns aos outros e manter o amor e o afeto mútuos. Ele sabia que isso os capacitaria a trabalharem juntos com respeito e bondade. Paulo identificou os frutos do Espírito como: “...amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio”, e acrescentou: “Contra estas coisas não há lei” (Ibidem 5:22,23).
Esses frutos são poderosos e transformadores. Eles são os frutos da paz. Meu objetivo é expressar esses frutos em apoio a todos aqueles que fazem demonstrações pacíficas pela democracia.


Marta Greenwood é Praticista e Professora de Ciência Cristã em Surrey, Inglaterra

Nenhum comentário:

Postar um comentário