sexta-feira, 27 de março de 2009

O Bem Permanente.

Um dos sentidos da palavra “permanente” é: que permanece ininterruptamente, sem limite de tempo. Isso certamente se aplica a Deus e Sua bondade. Porém, quando lutamos para vencer alguma forma de discórdia, ficamos às vezes tentados a crer que o bem não mais está presente e que temos de orar com fervor para que volte à nossa vida. Esse ponto de vista é exatamente o oposto do que o Cientista Cristão usa para resolver seus problemas.
A Ciência Cristã ensina o fato libertador de que Deus, o Amor divino, nunca está ausente. Sendo Verdade, Deus é irreprimível, insubstituível, está sempre à mão para que O reconheçamos e a Ele cedamos, com resultados sanadores. Se assim não fosse, o cristianismo não seria ciência confiável, mas adivinhação, o que significaria que nossas orações poderiam ser respondidas, ou não. Um sofredor que apelasse a Deus, não teria certeza de obter o socorro pedido. No entanto, Deus é Verdade e Amor onipresente, onipotente, e Ele nos atende. Uma convicção absoluta desse fato assegura a ansiada liberdade.
A Ciência do cristianismo é confiável e infalível. Nunca muda. Ora, temos de saber disso a fim de demonstrá-lo e ver que tudo o que sugere a ausência de Deus e Sua harmonia é fictício e, portanto, insubstancial e destrutível. A Sra. Eddy o diz em Ciência e Saúde: “Já que Deus está em toda parte e inclui tudo, como pode Ele estar ausente ou sugerir a ausência da onipresença e da onipotência?”
Em vista da presença perene de Deus, não temos de buscá-Lo ansiosamente e pedir-Lhe que volte. Deus nunca nos deixou, nem por um instante. Cada dia de nós é, na verdade, Seu reflexo espiritual e assim não pode estar separado dEle e de Sua bondade. O homem coexiste com Deus, seu Princípio divino ou Mente criadora, através da eternidade. A Verdade divina, quando percebida, atende a cada chamado. Lemos em Jeremias: “Acaso sou Deus apenas de perto, diz o Senhor, e não também de longe?”
A Sra. Eddy não só reconheceu a inseparabilidade de Deus e do homem, Pai e filho, mas também viu esse relacionamento como coexistência. Deus é o criador, mas não pode existir sem Sua manifestação, o homem espiritual, assim como o homem não pode existir sem Deus, sua causa contínua.
Um hino afirma: “Não mais preciso, ó Deus, Te implorar, /Comigo sempre hás de habitar.” Se pensarmos estar separados do Amor divino, temos de ater-nos à verdade da presença permanente de Deus.
Na Bíblia, Jacó evidentemente achou-se separados do bem ao lutar com a apreensão e o desespero, antes de seu encontro com o irmão que ele havia enganado de forma vergonhosa. Ciência e Saúde diz: “Jacó estava só, lutando contra o erro---combatendo um conceito mortal de que a vida, a substância e a inteligência existem na matéria com seus falsos prazeres e dores---quando um anjo, uma mensagem da Verdade e do Amor, lhe apareceu e lhe tocou o tendão, ou força, do seu erro, até que Jacó reconheceu a irrealidade do erro; e a Verdade, que desse modo foi compreendida, deu-lhe força espiritual neste Peniel da Ciência divina”.
Sem dúvida, é impossível que o filho de Deus esteja separado dEle. E podemos perceber isso, não importa quão difícil pareça a situação humana. O reconhecimento de que é só o pensamento falso que tem de ser corrigido (e de que as mensagens angelicais de Deus estão sempre presentes para produzir a correção), fortalece o desejo de perseverar até a vitória. Jacó perseverou e, como resultado, ele e o irmão se reconciliaram com alegria.
O que sempre se requer é perceber que o bem é permanente. Não temos de buscar a Deus em algum lugar para que venha nos ajudar. Só temos de elevar o pensamento e perceber Sua presença reconfortante, bem aí onde o problema parece estar. Aprendi a fazê-lo numa ocasião em que me senti privada do bem sob a forma de um lar feliz.
Após a venda da casa em que vivera confortavelmente com uma amiga, tive de mudar-me temporariamente para um local cheio de restrições e abaixo do padrão a que me acostumara. Naquela época eu trabalhava num escritório e passava o dia fora, mas não gostava de pensar em voltar ao meu quarto à noite, embora ficasse agradecida pelo abrigo que oferecia.
Algumas semanas após minha mudança, convidei uma amiga e o marido desta a me visitarem. Uma sugestão de minha amiga alertou-me para a necessidade de eu estabelecer um melhor conceito de lar no lugar em que me encontrava, ainda que aparentemente humilde e inadequado. Passei a afirmar a presença de Deus ali mesmo onde eu estava e a apreciar o que tinha, pondo até mesmo alguns quadros nas paredes de meu quarto pequeno e simples. Em breve, foi-me oferecido um apartamento espaçoso, em local mais conveniente. A necessidade fora atendida graças ao meu reconhecimento obediente da presença contínua de Deus, não afetada por circunstâncias alteradas.
Seja em falta de lar ou de saúde, o reconhecimento de que o bem espiritual é permanente corrige a situação. Deus perpetua em seu reflexo, o homem, todas as idéias e qualidades corretas e úteis, que constituem o próprio ser do homem. A saúde verdadeira nunca falta, pois é uma qualidade espiritual permanente e não uma condição física. A cura apenas manifesta o claro reconhecimento do reino eterno da harmonia no homem de Deus. Tudo isso ajuda-nos a compreender como Cristo Jesus curava instantaneamente. Se o bem pudesse de fato ficar perdido e após ser recuperado, sua restauração envolveria um processo de tempo; mas uma compreensão clara da continuidade e atividade ininterruptas do bem espiritual (compreensão que Jesus expressou de modo tão perfeito) faz com que as curas rápidas sejam não só possíveis, mas inevitáveis. É fato espiritual que a onipresença do Amor impossibilita a existência da carência, da tristeza, da solidão ou de qualquer outra discórdia. Exatamente onde esses erros parecem estar, está o aspecto específico do bem que eles alegam ter invertido.
O brilho incessante do sol no espaço simboliza a perpetuidade do bem. Quando as nuvens obscurecem temporariamente à vista humana os raios do sol, uma criança talvez pense que o sol foi embora. Da mesma maneira, quando algum mal obscurece a luz espiritual, talvez creiamos que Deus não está mais presente. Quão alerta temos de estar para nunca aceitar tal sugestão errônea! O Amor divino está sempre proclamando: “Eu sou Tudo”.Com reconhecermos humildes e gratos esse fato, desfazem-se as nuvens do erro. A presença perpétua do bem torna o mal impossível. Quando reconhecido como impostor, o mal fica destituído do poder de até mesmo aparentar governar nossas vidas.
“O Amor divino tem o propósito de ressuscitar a compreensão, e o reino de Deus, o reino da harmonia que já está dentro de nós”, escreve a Sra. Eddy. Que sensação de liberdade nos advém, ao sabermos que a harmonia está à mão, só aguardando nosso reconhecimento!


( Mary Barners )

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